A empresa investiu R$ 15 milhões com recursos próprios na montagem de uma nova fábrica na vizinha Garibaldi, onde vai produzir 400 mil litros da bebida neste ano pelo método charmat (grandes quantidades).
A Casa Valduga, tradicional vinícola de Bento Gonçalves, na serra gaúcha, aposta no aumento do consumo de espumantes no Brasil. A empresa investiu R$ 15 milhões com recursos próprios na montagem de uma nova fábrica na vizinha Garibaldi, onde vai produzir 400 mil litros da bebida neste ano pelo método charmat (grandes quantidades). Outros 400 mil litros de champanhe serão elaborados pela Valduga pelo método artesanal, conhecido como champenoise. Os volumes somados representarão mais do que o dobro da produção da empresa no ano passado, de 350 mil litros. Jones Valduga, 25 anos, diretor da nova empresa, a Domno Vinhos, carrega o sobrenome da família, mas faz o possível para desvincular sua administração. "É um projeto totalmente independente, que nasce com o propósito de também oferecer produtos de qualidade", afirma o empresário.
A unidade tem 6,5 mil metros de área construída, e aproveitou grande parte das instalações da antiga Allied Domeq, que foram compradas pela companhia. A capacidade instalada total é para aproximadamente 700 mil litros anuais. O diretor não fala em faturamento, argumentando que a operação começou apenas em agosto. Fontes do mercado, no entanto, avaliam receitas entre R$ 9 milhões e R$ 10 milhões em 2008. Valduga ressalta, porém, que espera o retorno do investimento em prazo de cinco anos. "O consumo vem crescendo todos os anos com a entrada de uma nova gama de apreciadores, gente que gostava de vinho branco e migrou para o espumante", diz Valduga. Ao ser questionado se o momento é adequado para iniciar um negócio novo, ele foi taxativo: "É melhor enfrentar a recessão agora e colher os frutos mais a frente, quando a marca for mais conhecida", diz e acrescenta: "No ano que vem queremos chegar a 600 mil litros."
A Casa Valduga, de acordo com a diretora de marketing, Josiane Casagrande, deverá fechar 2008 com aumento de 15% nas vendas de espumantes, mesmo índice que registrou entre janeiro e outubro deste ano sobre mesmo período do ano passado. Com dez categorias, a vinícola trabalha com produtos de alto valor agregado, bebidas de reserva. "O Moscatel (um espumante tipo Asti) vem crescendo no mercado. Temos o mais caro do Brasil, mas a qualidade dele é superior", destaca. Demanda aquecida O diretor comercial da Salton, também de Bento Gonçalves (RS) Daniel Salton, não esconde o entusiasmo. A vinícola trabalha com projeção de 3,4 milhões de litros de espumante, ante 2,8 milhões em 2007. "Na virada do milênio nós não fazíamos nem 1milhão de litros", compara.
De uma previsão de R$ 180 milhões de faturamento neste ano (15% acima do montante obtido em 2007), cerca de R$ 50 milhões será representado por espumante. "Entre janeiro e setembro os espumantes cresceram 42% sobre o mesmo período de 2007", informa o empresário. Além de uma nova camada de apreciadores que ingressa no mercado todos os anos, empresário, e todo o setor, aguardam os novos lances do mercado para o último trimestre do ano, período que ainda concentra parte significativa das vendas de espumantes, entre 50% e 60% do total do ano.
Veículo: Revista Cozinha Profissional