Em apenas três anos de mercado, umnovo tipo de bebida à base de cachaça e elaborada com mel e limão conseguiu se consolidar no mercado e hoje já atrai a atenção de multinacionais do segmento por conta do seu grande potencial de crescimento. Com baixo teor alcoólico e conhecidas como "cachaça premium", "cachaça mista" ou mesmo "cachaça especial", essa categoria teve uma ascensão tão rápida que tem surpreendido até mesmo seus proprietários, que buscam ainda uma definição oficial para o produto.
Tendo como carros-chefes as marcas Santa Dose, Busca Vida e B (leia-se "bee", de abelha, em inglês), esse segmento tem atraído jovens de bares e baladas da região Sudeste, principalmente, mas hoje já pode ser encontrada em pelo menos dez estados brasileiros e os primeiros volumes já alcançaram países da Europa e os Estados Unidos.
"Nos bares vendemos mais que o dobro sobre todas cachaças normais juntas", afirma Bruno Siqueira, dono da marca Santa Dose, que desde o ano passado é distribuída pela companhia Globalbev. Segundo ele, o crescimento da marca no último mês de setembro foi de 22% sobre o mês anterior mas atingiu 998% se comparado a setembro do ano passado. "A margem de ganho para os pontos de venda é igual a uísque ou vodca. Não tem como dar prejuízo", aponta Siqueira, comentando que os estabelecimentos adquirem a garrafa de 700 ml por R$ 22 mas vendem por até R$ 80.
Devido ao sucesso da categoria e o potencial de crescimento dos produtos tanto no país quanto no exterior, grandes companhias do mercado começam a ficar de olho nas marcas da categoria para uma possível aquisição. “Já fomos procurados por uma das três multinacionais desse mercado e isso mostra o quanto nós temos incomodado”, diz Siqueira.
Para Adalberto Viviani, presidente da consultoria Concept e especialista em bebidas, a elaboração desse tipo de bebida visa atingir o público jovem. "É um mercado restrito ainda mas com grande potencial de crescimento", comenta Viviani.
A boa aceitação da bebida no mercado tem levado seus proprietários para fora do país em busca de parceiros para distribuir o produto. “Pelo baixo teor alcoólico, o imposto para exportar é menor que outros destilados”, diz Siqueira, que já vendeu cinco mil garrafas da Santa Dose a Portugal e Espanha.
Veículo: Brasil Econômico