Alambique produz 40 mil litros anuais do produto, que também é exportado.
O objetivo de trabalhar a cultura da cachaça como uma das melhores bebidas do mundo levou a empresária Jaqueline Germiniani a produzir a Dedo de Prosa, no município de Piranguinho, nas encostas da Serra da Mantiqueira, com cada vez mais controle e padronização. A busca pela qualidade resultou que a Dedo de Prosa fosse a primeira cachaça certificada pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA)/Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) na região do Sul de Minas.
O IMA é acreditado pelo Inmetro como Organismo de Certificação de Produtos para cachaça. A acreditação confere ao IMA credibilidade e maior notoriedade em âmbito nacional e internacional no processo de certificação de produtos agropecuários. Essa acreditação possibilitou ao IMA certificar, em 2010, nove marcas de cachaça, com 100% de avaliação de conformidade. Além da certificação conjunto junta ao Inmetro, o IMA também certifica pelo protocolo mineiro a cachaça de alambique e a cachaça orgânica de alambique.
"Devido à cachaça ser um produto tradicional de Minas Gerais, houve um compromisso de governo de estabelecer políticas públicas para o setor, o que incluía a melhoria da qualidade do produto. A certificação visa alcançar mercados cada vez mais competitivos e temos tido um retorno bem positivo dos produtores que conseguem a certificação", destacou a auditora do IMA, Miriam Alvarenga.
De acordo com o Sebrae-MG, Minas possui cerca de 8,4 mil estabelecimentos de cachaça. O Estado produz anualmente cerca de 200 milhões de litros do produto, o que corresponde a aproximadamente 50% do mercado nacional. Na mesorregião do Sul/Sudeste de Minas, em torno de 197 estabelecimentos produzem cachaça, cerca de 2,3% do total produzido em todo o Estado.
Perfil - A história da cachaça Dedo de Prosa começou como a maioria das cachaças mineiras. Apreciador do destilado, Paulo Germiniani, pai da empresária Jaqueline Germiniani, adquiriu um alambique em 2001. De acordo com a empresária, o que no início era um hobby começou a interessar aos amigos da família, e a Dedo de Prosa se transformou em negócio. Hoje, a empresa produz 40 mil litros anuais e é exportada para países como Angola, Canadá, Suíça, Estados Unidos e o próximo destino é a Coreia do Sul.
Germiniani ressalta que a intenção é que as pessoas apreciem a cachaça de uma forma moderada. "Queremos sempre que o nosso consumidor sinta essa explosão de sabor que é a cachaça e posso afirmar que degustar uma cachaça certificada é sempre a melhor pedida do cliente", disse.
Sobre a certificação, a empresária enfatiza que o processo melhorou a gestão da empresa. "O processo ajudou na gestão da empresa e nas vendas. A minha esperança é que cada vez mais as pessoas olhem o selo de certificação na garrafa e tenham a certeza de que a nossa cachaça é de qualidade", destacou.
"O nosso objetivo é que a cachaça seja cada vez mais um produto respeitado e aliado à gastronomia. Daí a importância de o governo estadual apoiar a certificação da cachaça. A cachaça não é somente um produto, ela é um símbolo da mineiridade. Consigo vislumbrar melhores dias para a cachaça com o incentivo dos governos estaduais e federal. Esse apoio define a direção que nós produtores devemos tomar", enfatizou a empresária.
Veículo: Diário do Comércio - MG