O Brasil se torna o mercado com maior crescimento no mundo e ganha prioridade nos investimentos da vodca Sueca Absolut.
Há uma novidade cristalina descendo pela garganta do brasileiro. É a tradicional bebida russa vodca, que, misturada com limão e açúcar, cria um drinque que acertou em cheio o gosto local: a caipirosca. Com isso, o destilado se tropicalizou. Tanto que a marca sueca Absolut registrou crescimento de 37% no Brasil em 2011. No mundo, o avanço ficou em apenas 6%. O resultado representou a maior elevação global e transformou o País no principal mercado para a marca após os Estados Unidos, em volume de vendas. “O mercado no Brasil está passando por um processo de amadurecimento”, disse à DINHEIRO Philippe Guettat, presidente mundial da Absolut.
“O crescimento econômico do País está fazendo com que o brasileiro melhore o seu mix de bebidas na direção dos produtos premium, o que nos favorece.” Contrariando a convicção generalizada de que vodcas de excelência têm origem apenas na Rússia, a Absolut nasceu na gélida cidade de Ahus, na Suécia, em 1879. Desde 2008, pertence ao grupo francês Pernod Ricard. O quartel-general, no entanto, permanece em Estocolmo, na Suécia. A compra pelos franceses catapultou a Absolut, que hoje é a vodca líder mundial no segmento mais elitizado do mercado, com vendas anuais próximas dos 100 milhões de garrafas.
Sozinha, ela representa quase um quinto de todas as unidades comercializadas pelo grupo francês, que também detém outras marcas peso-pesadas como os uísques Chivas Regal e Ballantine’s e o vinho australiano Jacob’s Creek. No total, a Pernord Ricard fatura € 7,6 bilhões por ano e está presente em 70 países. No mercado brasileiro, é justamente na faixa de mercado formada por produtos feitos a partir de processos de fabricação mais sofisticados e com preços superiores que reside a aposta da marca para manter o ritmo de expansão em 2012. “Vamos focar no segmento premium”, diz Guettat, que atua no grupo há mais de 20 anos e dirige as operações da marca desde 2009.
“Queremos crescer novamente acima dos 30%.” O executivo não fala em números específicos de faturamento no Brasil, mas afirma que as Américas representam cerca de um terço da renda da Pernod Ricard. Apesar da atitude reservada na parte financeira, Guettat garante que a posição atual torna o País uma prioridade mundial para o grupo, o que irá gerar um “investimento forte em propaganda, especialmente na televisão e na mídia impressa”. Colin Kavanagh, diretor de marketing da Pernod Ricard Brasil, é mais específico em seu alvo: as mulheres. “Elas estão migrando do uísque para a vodca”, afirma. Um dos primeiros passos do investimento em marketing é o lançamento da edição limitada Absolut Rio.
Até março, a bebida circula apenas em território brasileiro. Depois, passa a ser distribuída em pontos de venda nos Estados Unidos. Cidades como Nova York, Los Angeles e Nova Orleans já tiveram edições parecidas – algumas criadas por nomes de peso global como Andy Warhol e Damien Hirst. O Brasil foi o primeiro país da América Latina a ganhar uma garrafa exclusiva, criada pelo estilista Oskar Metsavaht. O sabor da vodca também será alterado. Ele terá um combinado de frutas como manga, laranja e maracujá, tropicalizando ainda mais a tradicional bebida vinda do frio.
Veículo: Revista Isto É Dinheiro