Estratégia é reduzir produto concentrado.
A indústria brasileira de suco de laranja já desenha a estratégia para manter estáveis as exportações para os Estados Unidos, independente da decisão da Administração de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA, na sigla em inglês) de rejeitar cargas da bebida com limites de carbendazim acima de 10 partes por bilhão (ppb). A primeira ação é ampliar o envio de suco de laranja não concentrado e não congelado (NFC) para o mercado norte-americano e reduzir o de suco concentrado e congelado (FCOJ).
O NFC já responde por 65% do volume exportado de suco para os Estados Unidos e as cargas desse tipo de suco, por terem cinco vezes mais água que o FCOJ, possuem também resíduos mais baixos de carbendazim, quase sempre abaixo de 10 ppb. A ideia ampliar o envio de NFC para os Estados Unidos e transformá-lo em FCOJ com o processo de retirada de água e congelamento fábricas que todas as grandes companhias possuem na Flórida.
Após esse processamento, o FCOJ seria misturado ao suco concentrado e congelado produzido nos Estados Unidos e distribuído às engarrafadoras. O único entrave são os custos de transporte, já que os navios com o suco de laranja FCOJ carregam cinco vezes menos volume proporcionalmente aos de NFC, e da operação local.
Outra possibilidade é a redução do uso de carbendazim - princípio ativo de fungicidas proibido nos Estados Unidos desde 2009 - nas lavouras de laranjas e no suco da fruta, ou mesmo a seleção de cargas específicas sem esse produto químico para a exportação. Em reunião na semana passada, a Associação Nacional de Exportadores de Sucos Cítricos pediu à FDA 18 meses para que as cargas enviadas ao mercado norte-americano não tenham mais traços de carbendazim.
No entanto, apesar de as indústrias não se manifestarem individualmente sobre o assunto, uma grande companhia do setor garantiu que conseguirá enviar a bebida sem o fungicida em 45 dias. Já outra empresa disse que ser impossível esse prazo e defende a posição de consenso apresentada à FDA pela CitrusBR. Enquanto estuda alternativas, a indústria brasileira de suco espera que a FDA tenha uma posição sobre os pedidos de aumento na tolerância para a entrada de suco brasileiro nos Estados Unidos.
Veículo: Diário do Comércio - MG