Os estoques de suco de laranja brasileiro no próprio país e ao longo da estrutura de distribuição da commodity no exterior somavam 932 mil toneladas equivalentes ao produto concentrado e congelado (FCOJ, na sigla em inglês) em 31 de dezembro, informou ontem a Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR).
Do total, 311 mil toneladas eram estoques não comercializáveis, dados como garantia para acesso à Linha Especial de Crédito (LEC) na safra 2011/12. A linha foi criada pelo governo federal justamente para estimular a formação de estoques do produto tendo em vista a produção recorde de laranja na temporada, cuja colheita terminou no início deste ano.
A CitrusBR estima que no fim do ciclo 2011/12, em 30 de junho, os estoques totais serão de cerca de 535 mil toneladas convertidas em FCOJ. Como as 311 mil toneladas da LEC não estarão disponíveis para comercialização, detalha a entidade, o "saldo" será de 224 mil toneladas, 4,7% superior ao do fim do ciclo passado (2010/11). A produção brasileira de laranja bateu recorde histórico em 2011/12, e exerce forte influência para o incremento dos estoques de suco.
Na bolsa de Nova York, principal referência global para as cotações do FCOJ, os traders ignoraram a projeção da CitrusBR. Os contratos futuros da commodity recuaram ao menor patamar em três semanas, mas pressionados por movimentos técnicos dos investidores e em uma sessão marcada pelo pequeno volume de negócios.
Os papéis para julho, que ocupam a segunda posição de entrega - normalmente a de maior liquidez -, fecharam a US$ 1,7635 por libra-peso, queda de 405 pontos. Em 2012, esses contratos ainda acumulam alta de 4,35%.
Veículo: Valor Econômico