Cervejaria Molson Coors compra a StarBev

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A Molson Coors, fabricante de cervejas dos Estados Unidos cujas marcas incluem a Coors Light e a Carling, vai comprar a StarBev, uma cervejaria do leste europeu, por € 2,65 bilhões.

A aquisição, do grupo de private equity CVC, ajudará a cervejaria americana a ampliar seus negócios no momento em que tenta levar suas vendas para além dos Estados Unidos, Canadá e Reino Unido. Os principais mercados da StarBev estão na Europa central e do leste.

"Esse é um negócio cujo objetivo é o crescimento", diz Peter Swinburn, presidente-executivo da Molson Coors. "Nossos mercados estão estagnados e declinantes. Esses outros estão em crescimento."

A StarBev tem margem Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) de 30%, o dobro da Molson Coors.

A americana pretende usar a StarBev, cuja principal cerveja é a Staropramen, como uma plataforma para o crescimento e a venda de suas marcas, como a Carling. Ela está animada com a potencial recuperação econômica do leste europeu.

O negócio representa 11 vezes o Ebitda da StarBev de 2011, de € 241 milhões. Quando a SABMiller comprou a cervejaria australiana Fosters, no ano passado, ela pagou 13 vezes mais que o Ebitda.

O negócio deve começar a contribuir para os lucros no primeiro ano cheio de operações, mas Swinburn admitiu que as sinergias, em 5% das vendas, são modestas: "Não há sobreposição, portanto não há sinergias naturais". Ele não dá atenção às preocupações de que a StarBev opera em mercados competitivos. "Eles estão divididos em três partes, mas nós temos as marcas número um em pelo menos 50% desses mercados."

Trevor Stirling, analista da Bernstein Research, disse que não está claro com que rapidez esses mercados poderão retomar uma trajetória de crescimento e destacou que o ambiente de preços continua difícil. "Por ter sido controlada primeiro pela ABInbev e depois por um grupo de private equity, é improvável que tenha sobrado muitos frutos nos galhos mais baixos", acrescentou ele.

Para a CVC, a venda representa uma saída rápida, que controlou a companhia desde o fim de 2009, mas que manterá uma participação na empresa. A Molson Coors vai financiar o negócio com US$ 3 bilhões em dinheiro e endividamento, além da emissão de € 500 milhões em bônus conversíveis para a CVC, o que permitirá que ela se beneficie de qualquer valorização do preço da ação da Molson.

Uma pessoa a par da venda disse ontem que o negócio renderá várias vezes o que a CVC investiu na companhia e que o negócio foi fechado em resposta a abordagens não solicitadas.

A Anheuser-Busch InBev tinha o direito de apresentar a primeira proposta de reaquisição da empresa se a CVC decidisse vender a StarBev. Segundo fontes, ela esteve entre as companhias que consideraram propostas, juntamente com cervejarias japonesas e companhias de bebidas da Europa ocidental, como a SABMiller.

A Anheuser-Busch InBev vendeu a companhia para a CVC por US$ 2,2 bilhões, mais um potencial pagamento de US$ 800 milhões, dependendo do retorno do investimento inicial para a CVC.



Veículo: Valor Econômico


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