Arquiteta do movimento que levou o governo brasileiro a solicitar à Organização Mundial do Comércio (OMC) a abertura de consultas bilaterais com os Estados Unidos por causa de medidas antidumping daquele país contra o suco de laranja nacional, a Cutrale, com sede em Araraquara (SP), comemorou ontem a decisão anunciada na última terça-feira pelo Itamaraty.
"O Itamaraty apoiou as empresas de imediato para derrubar mais essa barreira", afirmou a empresa por meio de sua assessoria de imprensa. Segundo apurou o Valor, a Cutrale procurou o Itamaraty em agosto, após os resultados de uma revisão administrativa feita pelo Departamento de Comércio dos EUA sobre a investigação antidumping. A revisão envolveu o período de 24 de agosto de 2005 a 28 de fevereiro de 2007, e concluiu pela existência de margens de dumping de até 4,81% para as empresas investigadas.
Só fizeram parte dessa investigação específica a Cutrale, que não vinha sendo onerada, e a também paulista Citrosuco, que no ranking global só perde para a rival de Araraquara. Louis Dreyfus Commodities não está mais exportando aos EUA, conforme fontes da área, e a Citrovita, a outra grande exportadora, está envolvida em investigação anterior.
O Brasil argumenta que a revisão dos Estados Unidos foi inflada por ter excluído do cálculo as exportações com valor superior à cotação do produto no mercado doméstico, em uma forma de cálculo conhecida como "zeroing".
Veículo: Valor Econômico