Nobre, de Brusque, disputa mercado de água nos EUA

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A empresa de água mineral Nobre, localizada em Brusque (SC), está iniciando exportações para os Estados Unidos. De pequeno porte, com apenas 20 funcionários, a Água Nobre chega à Flórida depois de uma parceria com um distribuidor americano, seu primeiro mercado fora de SC. A água será vendida em garrafas de 500 ml no varejo americano. 

 

Na avaliação do gerente-administrativo da empresa, Charles Habitzreuter, a água catarinense possui condições técnicas para conquistar consumidores nos Estados Unidos que, segundo ele, não estão preocupados somente com o preço do produto adquirido. A água será vendida nos EUA a preços 5% mais altos do que os concorrentes, sendo comercializada como água mineral natural e não como água mineralizada, como são parte das águas comercializadas naquele mercado (água comum em que são adicionados minerais). O executivo acredita no apelo de maior valor agregado da Água Nobre, que possui minerais como o vanádio na sua composição, o que, segundo a empresa, é raro e confere propriedades medicinais à água, ajudando, por exemplo, no combate ao colesterol. 

 

A entrada nos EUA, ocorrida oficialmente com a exportação das primeiras garrafas em outubro, foi a primeira venda externa da empresa, que prefere não revelar o volume da remessa. Mas a perspectiva é abrir novos locais para o produto com o aumento da produção após a descoberta recente de uma nova fonte na região de Brusque. Habitzreuter explica que uma nova concessão pelo Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) foi pedida e deve sair até o fim do ano para a exploração, que vai elevar a produção da empresa - hoje de 3 mil litros de água por hora - para 10 mil litros por hora. "Após essa expansão poderemos fazer novos negócios. Estamos já conversando com italianos". 

 

A ida aos Estados Unidos em um momento mais tumultuado, tanto de câmbio quanto em relação às perspectivas de demanda daquele mercado, não incomodam a direção da Nobre. O gerente diz que a empresa estava há um ano negociando a sua entrada nos Estados Unidos, fazendo testes de degustação e se enquadrando na legislação, e que este é um projeto de longo prazo. 

 

Em um primeiro ano, a empresa estima vendas aos Estados Unidos de 240 mil garrafas, totalizando perto de 20% da sua atual produção. Charles não acredita que a desaceleração da economia americana poderá afetar os planos. Ele considera que a água, assim como os demais alimentos essenciais, não deverão ser impactados pela crise. 

 

A opção pela diversificação de mercados também tem relação com o aumento da concorrência no Brasil. "O mercado brasileiro está complicado. Foram liberadas explorações de muitas fontes e o brasileiro compra por preço e não por qualidade. Existem novas marcas entrando constantemente no mercado nacional e, cada nova marca que entra, tem como estratégia de inserção jogar os preços para baixo. E isso vem ocorrendo há muito tempo, uma hora todo mundo quebra", diz Habitzreuter. 

 

A Água Nobre existe há cinco anos e faz parte dos investimentos de Osmar Crespi , dono da Feira Industrial Permanente (FIP), shopping de vestuário em Brusque. 

 

Veículo: Valor Econômico


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