A disputa pelo mercado de cervejas está acirrada. Depois de a AB Inbev comprar cervejarias na República Dominicana e no México, foi a vez da Heineken se movimentar. A companhia holandesa fez uma oferta de 5,1 bilhões de dólares de Cingapura (US$ 4,1 bilhões) ao conselho do grupo asiático Fraser & Neave (F&N) pela participação de 39,7% da empresa na cervejaria Asia Pacific Breweries (APB), de Cingapura.
A APB, que produz a Tiger, rótulo famoso na região, além de marcas menores como, por exemplo, Anchor, Bintang e Larue, está na mira de concorrentes da Heineken no Sudeste Asiático. A direção da empresa já recebeu propostas para vender participações.
A oferta da Heineken equivale a 50 dólares de Cingapura (US$ 40) por ação da Asia Pacific Breweries e teve como objetivo bater os concorrentes, que disputam o mercado asiático de cervejas. A região tem puxado o crescimento das empresas de consumo, principalmente, durante a crise na Europa e nos Estados Unidos, em função do crescimento da classe média.
Na quarta-feira, o OCBC Bank, de Cingapura, anunciou uma oferta em conjunto com a ThaiBev - maior cervejaria da Tailândia - e o tailandês Kindest Place Groups pela Asia Pacific Breweries. Na mesa, a proposta de 8,8 dólares de Cingapura (US$ 7) para cada ação por 22% da F&N, e 45 dólares de Cingapura (US$ 36), cada papel, por uma participação de 8,4% da APB.
A Heineken também ofereceu 163 milhões de dólares de Cingapura (US$ 130 milhões) para formar uma joint venture com a F&N pelos ativos gerenciados pela Asia Pacific Investment Private Limited (APIPL).
Por meio de comunicado, a Heineken informa que, quando as condições da oferta estiverem satisfeitas, vai oferecer uma proposta geral por todas as ações da APB que não estiverem em seu controle pelo mesmo valor, de 50 dólares de Cingapura (US$ 40) por ação, até o limite de 2,4 bilhões de dólares de Cingapura (US$ 1,9 bilhão), seguindo o Código de Cingapura para aquisições e fusões.
A Heineken, cuja sede da Ásia está localizada em Cingapura, também informou que, se a proposta for aceita, o negócio vai permitir à empresa fortalecer sua imagem na região e ampliar presença nos mercados de Camboja, China, Indonésia, Malásia, Nova Zelândia, Papua Nova Guiné, Tailândia e Vietnã, além de Cingapura.
A oferta não está sujeita a uma auditoria contábil, de acordo com a companhia, pois os grupos operam em parceria na região há 80 anos. Na operação, a Heineken está sendo assessorada pelos bancos Citibank e Credit Suisse.
A Fraser & Neave possui 50% da APIPL e 7,3% da Asia Pacific Breweries. A APIPL, por sua vez, detém 64,8% da APB. A Heineken tem os outros 50% da APIPL e 9,5% da APB. A japonesa Kirin, dona da Schincariol no Brasil, possui participação de 15% da F&N. (Com agências internacionais)
Veículo: Valor Econômico