Imposto menor faz banco elevar estimativas para Ambev

Leia em 2min 10s

As mudanças na tributação do setor de cerveja no Brasil, anunciado pelo governo após o fechamento do mercado na sexta-feira, foram recebidas positivamente por empresas, analistas e investidores.

 

O Itaú BBA elevou as expectativas de vendas da Ambev e o preço-alvo das ações da companhia ao fim de 2013, de R$ 80,5 por ação para R$ 82 por ação. Os papéis da maior fabricante de cervejas do país encerraram o pregão ontem cotadas a R$ 78,8, em alta de 2,2% (o Ibovespa subiu 0,7%). No ano, as ações acumulam valorização de 20,2%.

 

A Receita Federal decidiu adiar para abril o aumento da carga tributária do setor, antes previsto para iniciar este mês. Além disso, a alíquota será inferior à programada. Isso porque o índice que multiplica a base de cálculo de IPI, PIS e Cofins, que seria elevado em 25%, gradativamente, ao longo de quatro anos, agora será reajustado num prazo maior, de seis anos.

 

Com as novas regras, os preços ao consumidor terão um aumento menor do que o mercado esperava. A estimativa da CervBrasil - associação criada em maio por Ambev, Schincariol, Heineken e Petrópolis - era que, com o aumento da carga tributária, os preços ao consumidor subissem 4% a partir de ontem. Agora, a perspectiva é que as indústrias reajustem os preços de acordo com a inflação do setor, afirma Paulo Macedo, presidente da CervBrasil. Mas, segundo ele, os aumentos dependem da política de cada empresa e de eventuais aumentos de custos de matéria-prima.

 

A Receita calcula que as empresas implementem um aumento de preços médio, a partir de agora, de 2,15% contra os 2,85% previstos antes. Para o Itaú BBA, a Ambev vai precisar de um reajuste de 1% este mês - ante aos 2% estimados pelo banco anteriormente - e de 0,4% em abril. O Bank of America Merrill Lynch estima que o aumento de preços exigido será de 1,3% em outubro e de 0,2% em abril.

 

Considerando um reajuste mais leve, o Itaú BBA prevê que a Ambev tenha maiores volumes de vendas no último trimestre deste ano e em 2013. O banco espera um crescimento de 1,5% no quarto trimestre em termos anuais, na comparação com a estimativa anterior de volumes estáveis. Para 2013, a expectativa é de crescimento de 4,5% contra 4,1%. Segundo Macedo, o setor é muito sensível a preço. Portanto, com a manutenção da carga tributária até abril, "a perspectiva de crescimento de volume é maior".

 


Veículo: Valor Econômico


Veja também

Heineken adquire a Tiger Beer

A Heineken garantiu o controle total sobre a fabricante da Tiger Beer em um negócio de US$ 6,4 bilhões dep...

Veja mais
Aumento na cerveja é adiado

O governo voltou atrás e fez um acordo com os fabricantes de cerveja para adiar parte do aumento da carga tribut&...

Veja mais
Brasil muda posição no mercado de vinhos

Falsificações e roubos de marcas, especialmente por chineses, são problemas que atingem setor.A pre...

Veja mais
Governo cede e adia imposto sobre bebidas

Governo volta atrás e adia de outubro para abril o aumento da carga tributária da cerveja; setor havia ame...

Veja mais
Exportação de suco pelo País sobe 32,2%

As médias diárias da quantidade e do valor exportado de suco de laranja apresentaram aumento de 32,2% e 28...

Veja mais
Skol e Brahma estão entre as dez cervejas mais vendidas do mundo

Brasil está entre os vinte maiores consumidores da bebida no mundo    As cervejas Skol e Brahma, a...

Veja mais
Futuro aumento de impostos causa alta de preços de bebidas

Os alimentos vêm sendo apontados como os vilões da inflação ao consumidor nos últimos ...

Veja mais
Fabricantes de cerveja já repassam imposto maior sobre bebidas

Nos últimos 12 meses, a bebida consumida dentro de casa ficou 12,97% mais cara, enquanto a consumida na rua subiu...

Veja mais
Coca-Cola investirá R$ 82 mi em centro logístico de Sumaré

A Coca-Cola Femsa Brasil vai investir R$ 82 milhões na construção de um novo centro logístic...

Veja mais