Após dispensas, desafio da ABInBev é cortar gastos gerais

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As demissões nos Estados Unidos anunciadas na última segunda-feira pela maior cervejaria do mundo, a Anheuser-Busch InBev (ABInBev), mostram que a companhia está se movendo rapidamente para cumprir seus objetivos de corte de custos com a fusão. Mas os analistas dizem que a próxima fase - cortar gastos gerais e administrativos e tentar conseguir preços mais baixos dos fornecedores - vai ser mais difícil.

 

Os executivos da ABInBev, que vieram da InBev, têm um forte antecedente no que tange os cortes de custos por meio de seu programa de "orçamento com base zero" que pede que os gerentes justifiquem custos todo ano. Embora a gerência da InBev tenha dito que esperava vender mais Budweiser fora dos EUA como resultado de uma fusão de US$ 52 bilhões entre a Anheuser e a InBev, o corte de custos permanece a lógica financeira essencial por trás do negócio.

 

A ABInBev disse que pode economizar US$ 1,5 bilhão em custos anuais até o final de 2011.As demissões anunciadas na segunda-feira vão afetar 1,4 mil empregos, com 75% dos cortes direcionados à sede da Anheuser, em St. Louis, Missouri. "A sede é o local lógico para se começar", disse Kris Kippers, analista da Petercam. "Daqui por diante, a maior economia virá da maneira com a qual a InBev abordará os custos, questionando se cada custo é necessário" disse Andrew Holland, analista da Dresdner Kleinwort em Londres.

 

A gerência, liderada pelo principal executivo Carlos Brito, é bem conhecida pelo controle de gastos, ultrapassando as expectativas quanto à economia resultante da fusão que formou a InBev em 2004. A política de viagens da empresa, por exemplo, exige que os empregados, com exceção dos executivos, viagem na classe econômica em vôos com menos de seis horas de duração.

 

Os objetivos dos cortes de gastos devem ser alcançados facilmente, disse Rob Mann, analista da Collins Stewart. "Eles vão conseguir os US$ 1,5 bilhões sem qualquer problema", disse.

 

O tamanho da companhia combinada deve torná-la um negociador formidável junto aos fornecedores, que vão desde distribuidores de cevada até fabricantes de tampas de garrafa, afirmou o analista. "Fornecedores estão em uma situação meio difícil", disse. "A ABInBev tem muito poder agora, certamente mais poder que outra cervejaria".

 

Há outras demissões nas produções, com o Reino Unido sendo o principal alvo. A Anheuser e a InBev, cada uma, tinham equipes de vendas e de marketing em território britânico e provavelmente haverá cortes nessa área, dizem analistas. A Anheuser também tem uma cervejaria que pode ser fechada no bairro de Mortlake, em Londres, dizem os analistas.

 

"É um excelente lugar no Tâmisa", disse Holland, que recomenda a manutenção das ações.

 

Veículo: Gazeta Mercantil


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