Período de final de ano anima os fabricantes gaúchos, responsáveis por 80% da produção nacional total
As fabricantes gaúchas de espumantes devem fechar o ano com a venda de 15 milhões de litros, volume que supera em 14% a marca alcançada em 2011 (13,6 milhões de litros), segundo dados do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin). Diego Bertolini, gerente de marketing da Ibravin, credita esse aumento à qualidade e ao reconhecimento do produto. “O mercado vem crescendo. De janeiro a outubro deste ano, a venda de espumantes brut cresceu 20%, e a de moscatel, 10%.”
A proximidade das festas de final de ano aquece ainda mais esse mercado. “Agora é a época de maior venda, porque, além das festividades, os espumantes são dados como presentes”, afirma o gerente de marketing da Ibravin. “O consumo de espumantes está mais democrático, não se limita somente a datas especiais”, aponta Bertolini.
Os produtos nacionais - 80% deles produzidos no Rio Grande do Sul - são responsáveis por abastecer 75% do mercado brasileiro. Cada vez mais reconhecidos no País, os espumantes nacionais conquistam também espaço entre os consumidores do exterior, mesmo que com volumes ainda incipientes. Especialistas internacionais atestam a qualidade da bebida brasileira. Neste ano, pelo menos sete concursos premiaram vinícolas do País. No mês passado, o Effervescents Du Monde, realizado na cidade francesa de Djon e considerado o mais importante do mundo, concedeu dez medalhas ao Brasil, sendo nove para vinícolas gaúchas.
Investimentos realizados pelas empresas fazem com que o produto nacional cresça em qualidade e conquiste novos consumidores, tanto no País como fora dele. A vinícola Salton, detentora de quase 40% do mercado nacional de espumantes, aposta em pesquisa para melhorar seus espumantes cada vez mais. “Estamos preocupados em cultivar o vinhedo perfeito. Por isso, o grupo investe muito em pesquisa e na qualificação interna. Além disso, estamos trabalhando, desde abril deste ano, com um especialista em espumantes do Instituto do Champanhe da França”, afirma o diretor de planejamento do grupo, Maurício Salton.
Entretanto, também há dificuldades para a comercialização das bebidas. Éder Giaretta, sócio-fundador da vinícola familiar Giaretta, afirma que o grande problema enfrentado por empresas de pequeno porte está relacionado à logística. “Nossa empresa está localizada no interior de Guaporé, e, para fazer o translado dos produtos, as transportadoras cobram um preço elevado pelo serviço, o que, às vezes, dificulta uma participação maior no mercado”, afirma.
Uma alternativa adotada por algumas vinícolas familiares é a venda por lojas virtuais e a divulgação dos produtos pelas redes sociais. “É uma ferramenta muito importante para as pessoas entrarem em contato com nossos produtos. E o retorno dessa participação nas redes sociais tem sido bem positivo”, garante Giaretta.
Para Miolo, bebida caiu no gosto do consumidor
A Miolo Wine Group (MWG) chega ao final de 2012 com uma previsão de aumento de 15% na sua linha de espumantes em comparação a 2011. O resultado é reflexo da consolidação da preferência do consumidor pelos espumantes brasileiros, o que vem garantindo crescimento contínuo desse mercado. Também é fruto do investimento realizado pela empresa nos últimos anos para oferecer uma maior variedade de espumantes de máxima qualidade. Os recursos também foram aplicados na modernização dos vinhedos e em máquinas específicas para o método tradicional.
A estimativa para este ano reafirma a Miolo na condição de uma das três maiores empresas produtoras de espumantes no Brasil e na de líder na produção de espumantes pelo método tradicional (champenoise). Além da grande variedade da bebida, a empresa atua em todas as faixas de mercado. A MWG hoje conta com espumantes de entrada, sob a marca Almadén, passando pela linha de espumantes Terranova, elaborados no Vale do São Francisco (BA), até espumantes superpremium, como o Miolo Millésime e o Bueno Cuvèe Prestige, este fruto de uma parceria com o narrador esportivo Galvão Bueno.
Para aproveitar o boom de vendas do final de ano, a Miolo está investindo em degustação nos pontos de venda, especialmente em dezembro. “Temos percebido que essas ações levam o produto ao conhecimento das pessoas, que no momento da decisão de compra percebem seu valor”, afirma o diretor comercial Alexandre Miolo. A empresa também preparou cinco kits como sugestão de presentes.
Casa Valduga espera comercializar 860 mil garrafas
A Casa Valduga, que mantém, na Serra gaúcha, a maior cave de espumantes da América Latina, espera comercializar 860 mil garrafas da bebida neste ano, o que significa aumento de 21% em relação a 2011. “O último trimestre de 2012 deve representar 40% do total das vendas de todo o ano”, resume Juciane Casagrande, diretora comercial da vinícola. A qualidade do espumante da vinícola foi reconhecida internacionalmente neste ano, o que dá mais motivos para comemorar. A Casa Valduga garantiu medalhas para três de seus rótulos em dois dos principais concursos do mundo: o inglês The International Wine and Spirit Competition e o Effervescents du Monde.
Da França, a Valduga trouxe duas medalhas de prata, conquistadas pelo Brut 130 e pelo Reserva Brut. Já na Inglaterra, o Reserva Brut também conquistou os paladares dos jurados e uma medalha de prata. A Valduga figurou o quadro de medalhistas da premiação londrina com outros dois rótulos.
Veículo: Jornal do Comércio - RS