A britânica Diageo encerrou as negociações para a compra da mexicana José Cuervo, a maior fabricante de tequila do mundo, depois de não conseguir chegar a um acordo com a família Beckmann - herdeira da família Cuervo. Com isso, a Diageo vai perder a marca inteiramente, já que o contrato de distribuição da José Cuervo termina no fim de junho do próximo ano.
"Não foi possível fazer um acordo para uma transação que fornecesse valor para os acionistas da Diageo e, portanto, em acordo mútuo, nós encerramos nossas discussões", afirmou o executivo-chefe da companhia britânica, Paul Walsh. Um acordo pelo controle da José Cuervo era avaliado em US$ 3 bilhões. A Diageo distribui 3,9 milhões de embalagens de nove litros da tequila mexicana anualmente.
Analistas afirmaram que o fracasso das negociações colocaram a norte-americana Beam diante da Diageo, tendo em vista suas marcas de whisky e a segunda principal marca de tequila, a Sauza. A Diageo estaria conversando com a japonesa Suntory Holdings sobre uma proposta conjunta para comprar a Beam por mais de US$ 10 bilhões.
O crescimento do lucro da Diageo, assim como o da concorrente francesa Pernod Ricard, é puxado pela crescente demanda por bebidas premium, como whisky, vodca e rum, nas regiões Ásia-Pacífico e América Latina, onde o consumo é sustentado pelo aumento da renda e da população adulta. A Diageo espera que as economias em desenvolvimento contribuam para metade de sua receita global em 2015, acima da atual proporção de 40%.
Enquanto a Pernod priorizou a redução da dívida, a Diageo tem percorrido o caminho das aquisições em mercados em desenvolvimento. A empresa comprou a turca Mey Icki, a chinesa Shui Jing Fang e a brasileira Ypióca. No mês passado, a Diageo disse que pagaria até US$ 2 bilhões por uma fatia majoritária na indiana United Spirits. As informações são da Dow Jones.
Veículo: O Estado de S.Paulo