Um grupo de ex-empregados da Leão Júnior, fabricante de chá vendida para a Coca-Cola em 2007, está ajudando a colocar outra paranaense centenária para competir no segmento. Eles agora trabalham na empresa de água mineral Ouro Fino, que criou a linha de chás secos Leaves, com sete sabores que passarão a ser vendidos em atacados, distribuidores e supermercados do Paraná, Santa Catarina e São Paulo a partir da próxima semana.
O investimento em chás vai somar R$ 1 milhão até o fim do ano e a intenção, segundo o presidente da empresa, Hélio Corrêa, é que a linha responda por 5% do faturamento de R$ 85 milhões previsto para 2013. Mais do que colocar a Ouro Fino no mercado de alimentos, no qual a categoria está inserida, o chá vai ajudar a diminuir o efeito da sazonalidade das bebidas de verão. "Vimos que o chá se encaixa bem no nosso portfólio", afirma o executivo. "No dia em que fizer calor, vamos ficar felizes, no que fizer frio, também", acrescenta.
Corrêa faz parte do grupo que passou pela Leão, depois de trabalhar na Coca. Ele conta que, das 400 pessoas empregadas na Ouro Fino, 15 foram no passado da Leão, inclusive na diretoria e área comercial. O executivo argumenta que não tem a intenção de fazer associações com a Leão, e começa a operação com um time experiente. Com o chá, o objetivo é estimular também o consumo de água no preparo, segmento no qual a Ouro Fino é líder no Paraná.
Para criar os chás, a empresa fundada há 115 anos foi buscar fornecedores de matéria-prima no Brasil e no exterior. Inicialmente não será feito investimento em maquinário. O mate a granel vai ser embalado por parceiro em Catanduvas, interior do Paraná, e os chás com envelopes individuais sairão de parceiro de Itatiba (SP). O estoque ficará em Curitiba (PR). Até o fim do ano a Ouro Fino pretende ampliar a presença de seu chá para outros Estados das regiões Sul e Sudeste.
O chá seco, de acordo com Corrêa, é o começo, para aproveitar o período de inverno que se aproxima, mas não está descartada a possibilidade de, no futuro, ser desenvolvida uma linha de chás prontos para beber. "Isso está em estudo", adianta. A conquista do consumidor, segundo o executivo, não será com preço baixo. "Vamos ter preço de mercado", diz. A entrada em chás começou a ser estudada em meados de 2012, ano considerado difícil pela direção da empresa, que planejava crescer 40% e conseguiu 22%, chegando a R$ 73 milhões.
Depois da chegada de Corrêa, a Ouro Fino tem investido em produtos de maior valor agregado, como o energético Insano, que tem dois anos e é um dos líderes em vendas na região Sul.
Água mineral continua sendo a principal fonte de receitas, mas a intenção é que outros produtos, que inclui parcerias para distribuição de cerveja e água de coco, respondam por 30% do faturamento de 2013 -estes foram responsáveis por 15% em 2011 e 22% em 2012.
Veículo: Valor Econômico