Projeto é fruto de parceria entre a Cervejaria Colônia, Braskem e CBE
A Cervejaria Colônia se prepara para lançar no mercado a sua linha de cervejas com lacre plástico, que garante a vedação de latas e mantém a superfície limpa. A solução, desenvolvida pela Companhia Brasileira de Embalagens (CBE) e pela Braskem, chega às gôndolas dos supermercados em agosto.
A superfície da lata permanece igual. A diferença agora é que o lacre plástico vai proporcionar uma proteção da parte superior da embalagem, desde a fabricação até chegar às mãos do cliente final.
Foram dezenas de testes técnicos realizados por institutos brasileiros e franceses até que o produto fosse certificado. Para comprovar que a lata permanece limpa depois de tirado o lacre, ela foi mergulhada em água contaminada e colocada em uma estufa para estimular a proliferação de bactérias. E a higienização se manteve intacta.
O coordenador de embalagens no Desenvolvimento de Mercado da Braskem, Albertoni Bloisi, explica que a grande inovação foi a de conseguir garantir a limpeza da lata em temperatura ambiente e, ao mesmo tempo, ter o mesmo desempenho na retirada do lacre nas bebidas geladas, quando o dispositivo geralmente fica mais contraído. “Não basta colocar um lacre plástico e pronto. Dedicamos muito tempo para conseguir equilibrar todas as variáveis”, explica.
A solução será aplicada às latas na linha de envase, sem perda de produtividade, após os processos de lavagem e secagem da embalagem. As etapas vão garantir um produto totalmente seguro, limpo e pronto para o consumo em qualquer ocasião, já que a vedação é completa.
A Braskem não criou uma resina específica para esse produto, mas buscou, dentro do seu portfolio, a mais adequada e que também garantisse um menor peso, para que o resultado final fosse um produto mais competitivo. Já a CBE foi a idealizadora do projeto e desenvolveu, com fabricantes nacionais e europeus, a máquina para colocar esse selo.
O principal atributo é a limpeza da lata, garantindo que as pessoas possam beber sem riscos à saúde. Mas, para o Bloisi, existem outras funcionalidades que podem ser trabalhadas pelas áreas de marketing das empresas. “Como o lacre pode ser colorido, as empresas poderão criar versões que combinem com a lata ou fluorescentes”, comenta o coordenador. Além disso, como são termossenssíveis, os lacres podem modificar de cor se a lata estiver quente.
Nesse lançamento da Colônia, o lacre está sendo colocado em cervejas, mas a expectativa da Braskem é que possa ser estendido para qualquer tipo de lata, como de refrigerantes, energéticos, vodka e sucos.
Pesquisas de mercado já apontavam que a ideia de uma lata totalmente protegida era uma necessidade, mas que aguardava a disposição da indústria para produção em larga escala. “Em pesquisas de foco, atestamos que o consumidor deseja, aprova e valoriza uma solução que ofereça segurança no consumo e está disposto, inclusive, a pagar mais por isso se preciso”, comenta o diretor-presidente da Companhia Brasileira de Embalagens, Jacques Pontes.
O plástico foi escolhido por ser um material flexível e com propriedades herméticas. Mas, outra preocupação das empresas idealizadoras desse projeto foi com a questão da sustentabilidade.
“O plástico é uma matéria-prima muito versátil, que atende a todas as necessidades dessa solução, com a vantagem de ser ecológico e reciclável”, analisa Albertoni Bloisi.
Já estão sendo realizados estudos com o ACV Brasil para a análise do ciclo de vida do lacre, além de fomentar parcerias com cooperativas de catadores, para capacitação de coleta da solução e incentivo para a reciclagem.
Veículo: Jornal do Comércio - RS