A Bela Ischia, importante indústria de sucos concentrados do Sudeste, com sede em Astolfo Dutra, na Zona da Mata, incorporou à sua propriedade um açude de seis hectares, onde construiu uma estação de tratamento de água com capacidade para 700 mil litros/dia, além de outra estação de tratamento de efluentes. Segundo a diretora da Bela Ischia, Renata Tilli, as ações garantem a independência de água para a empresa, que produz quatro milhões de litros de sucos por mês.
O investimento de R$ 2 milhões deve garantir, além da capacidade de produção, a qualidade da água consumida e a preservação dos mananciais. "Os processos industriais tradicionais estão entre os grandes vilões da poluição das águas, pois, muitas vezes as empresas devolvem ao meio ambiente de forma inadequada toda a água utilizada. Nos preocupamos com o planeta, por isso, toda a água utilizada é tratada antes de ser devolvida. Monitoramos a qualidade do material descartado, seguindo a legislação ambiental, cuidando, assim, da qualidade dos corpos hídricos onde são lançados os efluentes, aumentando a garantia de preservação dos recursos naturais", explica Renata Tilli.
Com a estação de tratamento, que foi construída ao longo de 2012, a Bela Ischia chegará a economizar até 50% dos custos com água e o investimento será recuperado em um ano. Além dessas ações a empresa realiza o plantio de árvores nativas ao redor da fonte que abastece o açude, associando a silvicultura ao reflorestamento. Também realiza compostagem, em que todo o resíduo orgânico é aproveitado para a produção de adubos que são utilizados nos pomares. Atualmente a empresa consegue reutilizar ou reciclar cerca de 90% dos resíduos sólidos gerados.
A empresa produz uma pequena parte das frutas que utiliza, a maioria é cultivada por parceiros que são constantemente acompanhados. Algumas variedades são importadas que passam por rigorosos testes.
Para 2013 a empresária prevê crescimento de 30% em relação ao ano anterior (valores não divulgados). Até o fim do ano a linha de produtos à base de soja já deve estar no mercado. Para a linha de sucos prontos, novos sabores já estão em fase de teste, especialmente de frutas do Nordeste do Brasil. "Estamos investindo em maquinário para diversificar a produção. Para lançar um novo sabor é feito um longo trabalho de pesquisa para compreender as diferenças culturais que existem em um país tão grande quanto o nosso", afirma.
Ainda que a empresa enfrente, como é comum, problemas como logística e escassez de mão de obra, Renata Tilli se mostra confiante. Ela aposta em um consumidor cada vez mais bem informado e consciente. "Essa é uma geração muito mais preocupada com a saúde e, com isso, os sucos têm ganhado espaço sobre os refrigerantes. Lançamos uma linha adoçada com sucralose que vem alcançando resultados muito bons. Também o Ministério da Agricultura tem sido mais rigoroso com as normas e intensificado a fiscalização. Isso é muito bom, porque um mercado regulamentado seleciona as empresas sérias", avalia.
O começo - A história da Bela Ischia começa em 1967 quando o italiano Giuseppe Lorio chegou ao Rio de Janeiro e, em homenagem a ilha de Ischia, em Nápoles, batizou o seu comércio de frutas. No início comercializava frutas nacionais e importadas e ganhou experiência em venda, armazenamento e distribuição.
Em 1996 a aposta no mercado de polpas e o desejo de produzir sucos que mantivessem o verdadeiro sabor da fruta levaram a companhia a inaugurar a unidade de produção industrial em Astolfo Dutra, fazendo surgir a Bela Ischia Alimentos Ltda.
Em 2005, uma nova unidade de processamento foi inaugurada para atender à demanda por sucos integrais. Ali, a Bela Ischia decidiu investir em uma nova unidade de processamento de polpas de frutas, com capacidade para triplicar a produção. Foram instaladas máquinas italianas de alta tecnologia para envase de polpas assépticas. Com essa técnica, a polpa mantém as propriedades nutricionais e o sabor da fruta, resultando em um produto 100% natural, sem adição de conservantes.
Veículo: Diário do Comércio - MG