Por razões diversas que incluem efeitos negativos do calendário, inflação em alta e menor renda disponível do consumidor, o volume de cerveja vendido pela Ambev caiu 5,8% no primeiro trimestre. Para tentar ativar o consumo nos próximos meses, a companhia vai ampliar a oferta de embalagens.
"Em termos de queda nos volumes, tivemos impacto semelhante em 2003, mas as circunstâncias eram diferentes", disse, na terça-feira, o presidente da Ambev João Castro Neves. À época, a Schincariol derrubou a fatia de mercado da Ambev de 70,1 % em junho de 2003 para 63,2% em dezembro, com o lançamento da Nova Schin e forte campanha de marketing. O contexto agora é outro e todos os fabricantes enfrentam a mesma desaceleração do consumo.
Para tentar ativar o consumo nos próximos meses, "vamos aplicar mais a estratégia de embalagem do que a de modificação de preço", diz o diretor financeiro e de relações com investidores da Ambev, Nelson Jamel. A empresa vai ampliar a oferta de embalagens, para diferentes situações de consumo. Entre elas está a garrafa de vidro retornável de 300 ml. Esta começou a ser vendida em mercado teste em 2011 e agora está no Sudeste e Nordeste. A introdução de diferentes formatos, a evolução de marcas premium e o aumento de participação de mercado no Norte e Nordeste estão entre as prioridades da empresa.
Depois de um primeiro trimestre ruim, a boa notícia é que a indústria começa o segundo trimestre com estoques menores. Dados do Sistema de Controle de Produção de Bebidas (Sicobe), da Receita Federal, mostram queda de 2,8% na produção de cerveja de janeiro a abril.
Veículo: Valor Econômico