Adeptos de uma boa cachaça devem ganhar mais um produto ainda este ano. É que o proprietário da cachava Havana, produtora de duas das mais tradicionais cachaças do norte de Minas Gerais, deve lançar, até o fim do ano, uma nova marca, produzida na mesma fazenda e com o mesmo processo artesanal do rótulo famoso.
A boa notícia é que o produto que está em fase de análise custe bem menos do que a garrafa da Havana. A fazenda Havana produz as cachaças Anísio Santiago e a Havana, iguais, mas com rótulo diferente. Uma garrafa de Anísio Santiago custa no mercado R$ 150 em Salinas. Já a de Havana sai por R$ 250. Fora de Salinas, a Anísio Santiago é vendida por cerca de R$ 250 e a Havana, por até R$ 400.
A produção começou nos anos 40 pelas mãos de Anísio Santiago e atualmente o negócio é gerenciado pelo sobrinho dele, Osvaldo Santiago. Segundo a direção da empresa, já há um registro da nova cachaça na Receita Estadual de Minas Gerais, na Receita Federal e no Ministério da Agricultura. O lançamento depende, também, da obtenção do registro da marca no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).
A empresa acredita ser possível colocar o produto à venda até o fim do ano e em Salinas deve custar cerca de R$ 75, praticamente a metade do preço cobrado pela Anísio Santiago na cidade. O valor ainda é uma estimativa e não foi definido oficialmente. Assim como a Havana e a Anísio Santiago, a nova cachaça, que ainda não tem nome definido, é feita em alambiques de cobre, num processo totalmente artesanal.
O novo produto, no entanto, será envelhecido por menos tempo, entre quatro e cinco anos. As outras são mantidas em tonéis para envelhecimento por períodos que vão de oito a dez anos. Produzida desde 1943 em Salinas, a cachaça Havana é apontada por apreciadores e especialistas como uma das melhores do Brasil, mas foi alvo de uma disputa judicial envolvendo seu nome.
Em 2001, a família de Anísio Santiago tentou registrar o nome Havana para seu produto, mas esbarrou em uma notificação da produtora do rum cubano Havana Club, que queria exclusividade sobre a marca. Desde então, a cachaça Havana passou a ser vendida com o nome Anísio Santiago. Em 2005, os proprietários conseguiram uma liminar permitindo a volta da venda do produto com o nome Havana.
Em 2011, o impasse foi resolvido e a família conseguiu registrar a cachaça no INPI. Atualmente, as duas marcas são vendidas. Segundo a empresa, das cachaças vendidas pela fazenda da família, 80% saem de lá com o nome Anísio Santiago estampado no rótulo e 20%, com o nome Havana.
Veículo: Diário de Pernambuco