Vendas decepcionam empresas com plantas instaladas em Minas.
Incertezas na conjuntura econômica, novos hábitos da população e concorrência desleal impactaram o desempenho das indústrias de bebidas com plantas em Minas Gerais. A maioria delas, com exceção das cervejarias artesanais cujo mercado está em franca expansão, observa estabilidade ou crescimento abaixo das expectativas projetadas, na comparação com o ano passado. Com o objetivo de alcançar resultados melhores, as empresas tentam reduzir os custos para obter um preço mais competitivo e atrair o consumidor.
A Mate Couro S/A, com fábrica em Belo Horizonte, estimava no início deste ano crescimento de 10% da produção e do faturamento em relação a 2012. Entretanto, os números acumulados até o fim do terceiro trimestre do ano indicam queda de 5%. "Na minha visão, as pessoas estão cada vez mais preocupadas em cultivar hábitos saudáveis e, por isso, começam excluindo o refrigerante do cardápio, mesmo esta concepção não sendo sempre verdadeira", explica o gerente de Vendas, Lazio Divino Pinto.
Com o objetivo de tentar reverter a situação e voltar a registrar resultados positivos, a empresa opta por fazer adequações nos custos, estratégia que não inclui demissões, garante Divino Pinto. Aliás, a Mate Couro investiu neste ano R$ 3 milhões em maquinário, que demandou a contratação de 25 funcionários. Com os novos equipamentos, ela espera não apenas diminuir os gastos, mas também melhorar a qualidade do produto.
Produtividade - A estratégia de aumentar a produtividade e, simultaneamente, reduzir os gastos é também utilizada por outra indústria de refrigerantes, a Frutty, com sede e fábrica em São Gonçalo do Sapucaí, no Sul do Estado. "O nosso principal mercado está concentrado na região Sul, onde vários outros fabricantes vendem produtos de baixa qualidade, mas com um preço em conta para o consumidor", reclama o gerente Braen Marceli Felipe.
Entre janeiro e setembro, a empresa observou alta de 2,5% na produção, sendo que a expectativa era de 5%, contra idêntico intervalo de 2012. Todavia, ela ainda espera atingir o percentual estimado até o fim do ano, uma vez que nos últimos três meses o consumo da bebida tende a ser maior, devido às temperaturas mais quentes. No ano passado, a Frutty produziu 10 milhões de litros de refrigerante e faturou R$ 12 milhões.
A cervejaria Falke Bier, com planta em Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), afirma que, embora o momento seja favorável às cervejas artesanais, a produção é mantida em 10 mil litros mensais. A atual fábrica já atingiu a capacidade máxima e a inauguração da nova, com capacidade para 60 mil litros mensais e que deveria ter começado a operar neste semestre, foi adiada para 2014, em decorrência de atrasos nas obras.
Assim, o investimento de R$ 1 milhão deve começar a ser recuperado somente a partir de 2014, quando a cervejaria planeja já estar presente em um maior número de municípios mineiros e estados brasileiros. Em 2015, a Falke Bier pretende começar a exportar parte da produção.
Veículo: Diário do Comércio - MG