Sejam gregos ou romanos, o que importa é que os deuses gostam igualmente do vinho. E assim são também os reles mortais, avalia a vinícola pernambucana Vinibrasil. Por isso, a partir deste ano, a fabricante das garrafas Rio Sol começa a produzir vinhos para todos os tamanhos de bolso. Hoje, os rótulos da vinícola pernambucana, controlada pela portuguesa Dão Sul, custam entre R$ 17 e R$ 70. Mas, ao longo de 2009, a regra é romper essas barreiras. "O objetivo é ocupar todas as mesas", diz João Santos, agrônomo e acionista da Vinibrasil. A marca Adega do Vale, com presença tímida nos supermercados, terá a produção ampliada. Os rótulos serão vendidos por R$ 12. Para paladares mais exigentes, a Vinibrasil prepara vinhos com as uvas cabernet sauvignon e as portuguesas touriga e aragonês. O preço será, no mínimo, igual aos R$ 70 cobrados pelo Paralelo 8, vinho top da empresa. Em 2009, a produção da Vinibrasil deve alcançar 1,5 milhão de litros, 50% mais do que no ano anterior.
O objetivo da Dão Sul é levar os vinhos feitos no sertão nordestino para os quatro cantos do mundo. A partir deste ano, Santos diz que as bebidas brasileiras terão prioridade dentro do grupo português para a exportação. "É preciso tornar o vinho brasileiro mais conhecido para fortalecer o negócio da Dão Sul no Brasil. Hoje ele é visto como algo exótico", afirma o agrônomo. É uma dificuldade que os portugueses querem vencer mesmo em tempos de crise, quando ninguém quer gastar dinheiro com experimentações.
A maior aposta da vinícola brasileira é nos vinhos de corte, feitos a partir de uma mistura de uvas. "Comercialmente, o vinho cabernet ainda é muito forte. Mas é porque as pessoas não conhecem outras uvas. Acredito que o cabernet já chegou ao seu máximo. Por isso é hora de lançar novos vinhos", diz Santos. No ano passado, a mistura cabernet sauvignon e shiraz, da Rio Sol (2006), ganhou o prêmio de melhor vinho brasileiro na Expovinis, maior feira do Brasil. (Carolina Mandl)
Veículo: Valor Econômico