Os estoques de suco de laranja brasileiro no país e na rede de distribuição das empresas exportadoras espalhada pelo mundo recuaram para 1,046 milhão de toneladas equivalentes ao produto concentrado e congelado em 31 dezembro, informou ontem a Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR). Conforme a entidade, o volume é 97.907 toneladas menor que o apurado no fim de 2012, mas, ainda assim, o patamar segue elevado.
De acordo com a CitrusBR, esta redução, "somada a uma safra [2013/14] finalizada em 292 milhões de caixas [de 40,8 quilos em São Paulo e no Triângulo Mineiro] e ao pior rendimento industrial da história, estimado em 284 caixas por tonelada, ante média histórica de 250 caixas por tonelada, apontam uma produção [de suco de laranja] estimada em apenas 850 mil toneladas para a safra 2013/14".
A entidade calcula a demanda total (externa e doméstica) pela commodity produzida no Brasil em cerca de 1,2 milhão de toneladas e, portanto, projeta redução dos estoques no balanço que será fechado no meio do ano. Em 30 de junho, prevê a CitrusBR - que representa as empresas Cutrale, Citrosuco e Louis Dreyfus Commodities -, haverá 475 mil toneladas de suco de laranja brasileiro estocado, ante 766 mil ao término do primeiro semestre de 2013.
A associação destaca que o rendimento industrial em 2013/14 (safra encerrada em janeiro) foi baixo por causa do aumento do tamanho dos frutos provocado por fortes chuvas na fase de seu enchimento. Com isso, a fruta perde teor de sólidos solúveis - ou seja, seus açúcares. Conforme a CitrusBR, a colheira em São Paulo e no Triângulo Mineiro, onde as grandes indústrias exportadoras se abastecem de matéria-prima, rendeu 284,9 milhões de caixas em 2013/14. A colheita terminou em janeiro. Para 2014/15, a entidade espera 317 milhões de caixas, sem considerar os reflexos da seca atual.
A tendência de menor oferta no Brasil e os problemas climáticos e fitossanitários que prejudicam a produção na Flórida têm oferecido sustentação às cotações internacionais do suco de laranja, ainda que a demanda global pela commodity continue fraca, sobretudo em países desenvolvidos. São Paulo e Flórida abrigam, nesta ordem, os dois maiores parques citrícolas do planeta. O Brasil responde por mais de 80% das exportações mundiais de suco de laranja. Ontem, o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) atualizou sua estimativa para a produção da Flórida em 2013/14, a menor em mais de 20 anos.
Veículo: Valor Econômico