Uma máquina capaz de extrair 10 mil litros de suco de laranja por dia e de reduzir o desperdício das frutas em 40% vai aumentar em cinco vezes a capacidade de trabalho da Cooperativa dos Produtores de Laranja Lima (Cooplal), atendida pelo Arranjo Produtivo Local (APL) Fruticultura no Vale do Mundaú, em Alagoas.
Atualmente, a Cooplal conta com duas máquinas extratoras pequenas. Com a nova aquisição, possibilitada por recurso do Projeto de Infraestrutura (PROINF) do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), a capacidade de extração passará dos atuais dois mil litros para 10 mil litros por dia, o que irá beneficiar 900 famílias dos municípios de Branquinha, União dos Palmares, São José da Laje, Ibateguara e Santana do Mundaú, que participam do APL.
O presidente da Cooplal, Antônio Carlos de Souza, afirma que as duas máquinas já não atendem à demanda e comemora a chegada do novo equipamento. “Agora, vamos poder competir com cooperativas de Sergipe, por exemplo, que já trabalham com uma máquina de grande capacidade. Ela produz o que corresponde a um caminhão por hora. Vai ser uma maravilha para nós”, declara o presidente.
“Esse equipamento vai ajudar o produtor na medida em que incrementará sua renda, e isso faz com que ele se sinta estimulado a permanecer e se desenvolver no negócio”, afirma Cristina Loureiro, analista da Unidade de Agronegócios do Sebrae Alagoas.
O APL Fruticultura foi criado em 2013, substituindo o antigo APL Laranja no Vale do Mundaú, tebndo em vista que além de laranja o projeto acolhe também produtores de banana daquela região. O APL faz parte do Programa de Arranjos Produtivos Locais (PAPL), coordenado pela Secretaria de Estado do Planejamento e do Desenvolvimento Econômico (Seplande) e pelo Sebrae, com o apoio de parceiros.
Desde 2008, o antigo APL trabalha com produtores da região, oferecendo capacitações, orientação técnica e de gestão e ações como a recente criação da fábrica de suco congelado, que mistura laranja lima e limão, em dezembro de 2013.
A fábrica explora a laranja do tipo “C”, que o mercado não absorve in natura, mas que serve muito bem para o segmento de polpas. Ao ser misturado ao limão, ele se torna um produto inovador e que tende a ganhar mercado. As laranjas de qualidade superior, tipos A e B, continuam sendo comercializadas.
Outra ação realizada pelo APL Fruticultura é o estabelecimento de Unidades Demonstrativas (UD) nas cidades assistidas pelo arranjo. Essa metodologia consiste na implantação de uma horta modelo, na casa de um produtor da região, que sirva de exemplo para toda a comunidade.
Nesse local, os produtores se reúnem uma vez a cada duas semanas para aprender sobre a produção das frutas. São abordadas questões como qualidade do solo, controle de pragas e espaçamento entre um pé e outro, sempre pensando no melhoramento da produção de laranja lima orgânica.
“Já vi produtor dizendo que a terra não dava jeito e, no outro ano, produzir 150 laranjas. Nós nutrimos, além do solo, a autoestima do produtor rural. O Sebrae tem papel fundamental para que as orientações técnicas dê em certo”, afirma a analista Cristina Loureiro. Ela acrescenta que essas ações aumentaram a qualidade dos produtos e a rentabilidade do agricultor.
Veículo: Diário de Pernambuco