Mercado de cervejarias acelera com a Copa

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Em ano de evento mundial esportivo, o mercado de cervejas e outras bebidas aposta em um período relevante para aquecer as vendas - que já começaram elevadas neste ano. O calor e os preços estáveis das bebidas foram as principais causas para o incremento de 12,3% no volume do mercado de cervejas no Brasil no início do verão de 2014, conforme levantamento da Nielsen.

E para este ano é esperado um forte aumento nas vendas de cervejas no varejo brasileiro, que deve crescer entre os meses de junho e julho com a chegada do Mundial da Fifa ao país. Também de acordo com a Nielsen, durante a Copa do Mundo na África do Sul, em 2010, as vendas de cerveja cresceram 16,5% enquanto durou o campeonato esportivo. Por conta disso, as expectativas de vendas são muito boas para o segmento, segundo o executivo de atendimento da Nielsen, Henrique Suarti Reis. "É esperada a mesma tendência de crescimento em fevereiro [no Brasil], por conta da continuidade do calor. Mas é importante que as empresas e o varejo se planejem para encarar as sazonalidades e tirar o máximo proveito disso."

Ao mirar nos consumidores a Mr. Beer, líder no segmento de franquias especializadas em cervejas artesanais, pretende fechar o ano com pelo menos 500 unidades em todo o País, entre quiosques e lojas físicas da marca. Registrando um faturamento R$ 50 milhões em 2013, a empresa possui atualmente 70 marcas de cervejas exclusivas, cerca 35% de sua carta. E 20% das cervejas vendidas são de marcas nacionais, o que representa ao menos 40 rótulos. Entre essas, as mais procuradas na rede são Bamberg, Colorado e Dama.

Fundada em 2009, a Mr. Beer surgiu a partir de um estudo do negócio, como contou o diretor executivo da rede, Rodolfo Alves. "A principio tínhamos três opções de modelo para investir. A primeira era em lojas de rua, que se mostrou inviável logo no início, já que o mercado de cervejas artesanais ainda é muito novo no país, fora que não teríamos fluxo de caixa garantido", disse. "Posteriormente, pensamos em abrir lojas em shoppings, mas como os empreendimentos costumam cobrar luvas - imposto sobre o espaço a ser ocupado em um shopping - altíssimas, além do aluguel, esse tipo de investimento acabou se mostrando inviável, naquele momento", comentou Alves.

Conforme o executivo, entre todas as opções, o modelo em quiosques foi o que se mostrou mais pertinente, com melhor custo benefício. "Esse modelo de negócio se mostrou muito vantajoso e rentável, uma vez que fluxo de pessoas nos corredores dos shoppings está garantido, além de não ter que pagar as luvas, já que os contratos para ocupar os espaços são temporários podendo ser renovados", afirmou.

Encontrar um local para abrir o primeiro quiosque da Mr. Beer não foi uma tarefa fácil, já que muitos centros comerciais de São Paulo recusaram o projeto da empresa. "Os administradores dos grandes shoppings acreditavam que o negócio poderia denigrir a imagem do espaço, uma vez que as pessoas iriam ficar circulando no meio das cervejas", lembrou o porta-voz da marca, que hoje está presente em vários centros comerciais e em quase todo o território nacional. O negócio deu tão certo que a Mr. Beer somava ano passado 86 unidades, entre quiosques e lojas fixas. Conhecida pela rede de franquias, essa foi a estratégia encontrada pela empresa como forma de crescer no mercado e evitar perder espaço para a concorrência. Com um investimento de R$ 150 mil, que já inclui a taxa do franquiado (R$ 35 mil) e estoque (R$ 30 mil), quem tiver o perfil escolhido pela empresa pode ser franqueado. Sendo que o faturamento médio, indica a rede, fica em torno de R$ 45 mil por mês.

Prestes a completar cinco anos, a Mr. Beer comercializa mais de 200 rótulos entre cervejas nacionais e importadas. "Hoje além de vender, também somos importadores de cervejas e trabalhamos com marcas nacionais exclusivas, tudo isso graças ao fortalecimento e reconhecimento da marca no mercado", ressaltou o executivo.

Por conta da demanda pelo segmento, o setor de franquias atraiu uma série de empresas na área. Segundo a Associação Brasileira de Franchising (ABF), existem hoje redes como Devassa, Quiosque Chopp Brahma, Chopp Kremer Express e Confraria Paulistânia.

Ao todo são quase 450 unidades de várias marcas em operação no País - entre o segmento de cervejas especiais e tradicionais. A categoria que se encaixa dentro de alimentação faturou somente no ano passado R$ 23,998 bilhões, o que representa um crescimento de 16,6% quando comparado com o ano de 2012, ante R$ 20,576 bilhões.

Cervejas gourmet

E no perfil de bebida com produção artesanal, as cervejas gourmets da marca Baden Baden, fundada em 1990, em Campos do Jordão (SP), disputam o mercado de bebidas premium. A cervejaria, que hoje pertence a Brasil Kirin, conta com 12 rótulos em seu portfólio.

Voltada para um público mais exigente no assunto, a marca parece focar bastante nas pessoas que estão aptas a pagar por um produto mais requintado, como afirma o gerente de cervejas especiais da Brasil Kirin, Leonardo Gayer.

"O nosso público é composto por pessoas que querem consumir uma cerveja especial, que combina com pratos elaborados. São pessoas antenadas, que gostam de consumir um produto mais sofisticado ou querem presentear um amigo, basicamente classes A e B", contou o executivo.

No total são mais de 12 rótulos que harmonizam com quase todos os tipos de comida e variam muito de acordo com os ingredientes e sabor. "Recentemente lançamos a Baden Witbier, cerveja Belga, muito refrescante, que harmoniza, com vários pratos", disse Gayer.

Entre os produtos mais comprados estão a Baden Baden Cristal Pilsen que se parece bastante com a "loira gelada", cerveja de preferência no mercado. "O brasileiro gosta de cerveja Pilsen, já é tradição, quando você vai comprar uma cerveja você escolhe a Pilsen, justamente porque já conhece o produto", conta.



Veículo: DCI


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