De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cada real investido por uma empresa de bebidas gera outros R$ 2,50 na economia do país
Responsável por 3% do PIB do Brasil, o segmento de bebidas frias – que compreende a produção de sucos, águas, refrigerantes, cervejas, chás e isotônicos – movimenta uma extensa cadeia produtiva e tem se destacado por grandes investimentos. De acordo com um estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os aportes dessa indústria na economia brasileira mais que triplicaram nos últimos cinco anos, passando de R$ 2,2 bilhões em 2009, para R$ 7,4 bilhões em 2013. Nesse período, as empresas de bebidas frias investiram R$ 30,8 bilhões no país.
O valor foi destinado a novas tecnologias, pesquisas e inovações, ampliação e construção de fábricas, modernização e aquisição de equipamentos, e também para garantir maior eficiência da frente de vendas e no processo logístico e de distribuição.
Dados do IBGE apontam ainda que este mercado é o que tem o maior efeito multiplicador na economia. De acordo com o instituto, cada real investido por uma empresa de bebidas gera outros R$ 2,50 na economia do país. Assim, considerando os investimentos dos últimos cinco anos, os aportes do setor de bebidas frias geraram mais R$ 77 bilhões na economia brasileira.
Cadeia produtiva
Um dos mais tradicionais do Brasil, criado em 1853, o setor de bebidas frias tem ampla capilaridade e está presente em todas as cidades do país, numa cadeia que vai do agronegócio ao pequeno varejo, passando pelos mercados de embalagens, logística, maquinário e construção civil. Essa indústria conta com um parque fabril de mais de 200 fábricas, movimenta uma frota de caminhões com cerca de 37 mil veículos e abastece mais de 1,2 milhão de pontos de venda em todo o território nacional.
Um dos elos mais importantes da cadeia de bebidas frias é o setor de bares e restaurantes que, sozinho, emprega mais de 6 milhões de brasileiros. Segundo levantamento do IBGE, as bebidas representam de 40% a 60% do faturamento desses estabelecimentos.
Vendas na Copa do Mundo
A realização da Copa do Mundo no Brasil e a campanha “Copa Sem Aumento”, lançada pela Ambev para incentivar a manutenção do preço das cervejas durante o torneio, foram os fatores principais que influenciaram o aumento de vendas da companhia no segundo trimestre do ano.
Durante o Mundial, a Ambev lançou a campanha “Copa Sem Aumento”, que sensibilizou mais de meio milhão de donos de bares e restaurantes a não subir os preços das cervejas. Segundo levantamento da companhia divulgado esta semana, a iniciativa foi um sucesso. De janeiro a junho, apesar da demanda crescente, o aumento dos preços das cervejas ficou abaixo da inflação geral. No período, o IPCA foi de 3,8%, enquanto a inflação de cervejas cresceu menos, 3,0%, conforme dados do IBGE.
A Copa também representou um importante momento para o fortalecimento de algumas marcas, como a Budweiser e a Brahma, cervejas oficiais do Mundial, que tiveram uma grande visibilidade, com edições especiais, promoção de eventos, além dos copos colecionáveis distribuídos nos estádios durante o evento do futebol.
O Mundial também impulsionou as vendas de cervejas sem álcool. No segundo trimestre, o volume de vendas desse tipo mais do que dobrou em relação ao mesmo período de 2013, essencialmente graças ao desempenho da Brahma 0,0% (zero álcool). A divisão de refrigerantes também apresentou crescimento, com destaque para Guaraná Antarctica, como marca patrocinadora da Seleção Brasileira, e Pepsi, com o lançamento da garrafa de vidro retornável de 1 litro. A média de market share da Ambev em refrigerantes foi recorde – 19,3% no segundo trimestre.
Nos seis primeiros meses de 2014, os investimentos realizados pela Ambev nos 16 países onde atua já chegou a R$ 2 bilhões, valor 50% maior que o aporte feito no mesmo período do ano passado. Neste pacote de 2014 está a construção de duas novas fábricas da Ambev no Brasil – uma em Uberlândia, Triângulo Mineiro, e outra em Ponta Grossa (PR).
Veículo: Estado de Minas