A expectativa é que as vendas no último bimestre de 2014 tenham alta de até 35% em relação ao ano passado
O fim de ano é uma época propícia ao consumo de bebidas, com destaque para os vinhos, espumantes e uísques. Por isso, as casas especializadas investiram em novidades e já estão com os estoques reforçados para suprir o aumento da demanda, que tradicionalmente registra forte crescimento a partir da segunda metade deste mês. A expectativa é que as vendas no último bimestre de 2014 tenham alta de até 35% em relação a idêntico intervalo do exercício passado.
A enoteca Decanter, localizada na região da Savassi, é a mais otimista e projeta vender 35% a mais em 2014 na comparação com 2013. As comercializações feitas entre novembro e dezembro correspondem a 25% do montante faturado anualmente. Neste ano, a empresa disponibiliza aos clientes 1.450 rótulos de vinho, sendo 20 deles inéditos no mix. O tíquete médio, que normalmente varia entre R$ 220 e R$ 280, também tende a ter incremento nesta época.
Segundo o sommelier da Decanter, Nelton Fagundes, a procura é grande não somente pelos vinhos, mas também pelos demais produtos encontrados no empório gourmet do estabelecimento, como azeites, geleias e chocolates, o que ajuda a aumentar o valor desembolsado pelos compradores. "As pessoas valorizam muito o fim do ano e, geralmente, é quando estão dispostas a gastar um pouco mais", avalia. A Decanter conta com uma equipe formada por 26 funcionários, que trabalha dobrado no período para conseguir atender o intenso movimento.
Na Casa do Vinho, com duas unidades na região Centro-Sul Belo Horizonte, a previsão é que as vendas nos dois últimos meses do ano cresçam 10% sobre idêntico intervalo do exercício anterior. "Como trabalhamos com produtos importados, nos preparamos com antecedência para evitar surpresas com as variações do câmbio. Agora, já estamos com o estoque bastante reforçado", afirma o sócio-proprietário, André Martini.
Nas duas unidades é possível encontrar 500 tipos diferentes de vinho e, em 2014, foram trazidas 50 novidades de países como Itália, Portugal e França. Martini observa que normalmente os consumidores que pertencem à classe A, entendem um pouco mais de vinho e, por isso, valorizam produtos diferenciados e com qualidade mais elevada. Ele ainda ressalta a importância da clientela corporativa, que costuma fazer grandes encomendas no período para premiar colaboradores.
Quem também aposta no potencial do mercado corporativo é a Casa do Whisky, com showroom localizado no bairro Santo Agostinho, na região Centro-Sul. De acordo com a consultora Patrícia Corrêa, a empresa passa o ano todo se preparando para o Natal, quando aproximadamente 60% das vendas são feitas para empresas e o restante para pessoas físicas. "A demanda já começou a aumentar e a expectativa é que ela continue forte até meados de dezembro", estima.
A empresa oferece mais de 70 tipos de uísque e, neste ano, trabalha com duas marcas exclusivas, Whyte & Mackay e Dalmore. O mix de produtos inclui também vinhos de diversas nacionalidades, espumantes, licores e sakês. "Nesta época, o que tem mais saída são as cestas, nas quais geralmente combinamos as bebidas com vários outros produtos", complementa a consultora, ressaltando que o preço delas começa em R$ 49 e pode extrapolar os R$ 12 mil.
Loja virtual - Uma das apostas da Casa Rio Verde, com seis unidades distribuídas na Capital e em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), é a nova loja virtual, que deve entrar no ar até o fim de novembro. "Vamos ter um domínio e um visual completamente diferente do atual", adianta a gerente geral, Renata Andrade. Além disso, a empresa investiu em cem novos rótulos de países como Portugal, Chile e Espanha. No entanto, a grande aposta são nos vinhos italianos.
Para Renata Andrade, o brasileiro tem uma identificação muito forte com a cultura e culinária italiana, o que favorece o sucesso dos vinhos fabricados no país europeu dentro do mercado brasileiro. Neste ano, a Casa Rio Verde prevê incremento de 5% nas vendas de fim de ano e os meses de novembro e dezembro correspondem, em média, à 40% do faturamento anual.
Veículo: Diário do Comércio - MG