Ambev lucrou R$ 2,8 bi, enquanto a Anheuser Busch InBev teve resultado de US$ 1,9 bi, uma queda de 32,14%; vendas de cerveja no Brasil caíram, mas receita subiu com foco no segmento premium
A fabricante de bebidas Ambev teve lucro líquido de R$ 2,83 bilhões no segundo trimestre, alta de 27,3% em relação ao mesmo período do ano passado. A companhia faz parte da Anheuser Busch InBev, a maior cervejaria do mundo, que anunciou um lucro de US$ 1,9 bilhão no segundo trimestre de 2015, queda de 32,14% ante o mesmo período do ano passado, quando registrou lucro líquido de US$ 2,8 bilhões.
As receitas do grupo somaram US$ 11,1 bilhões no segundo trimestre, queda de 9,01% ante os US$ 12,2 bilhões registrados no mesmo período do ano passado. Segundo a empresa, o resultado desfavorável foi causado por fracas condições econômicas em alguns mercados, como Estados Unidos e Europa.
Já as vendas no Brasil recuaram 7,9% na comparação anual, afetadas tanto por um "ambiente macroeconômico desfavorável" como pela base de comparação. No mesmo período do ano passado, o país sediava a Copa do Mundo. Apesar disso, o lucro teve alta devido ao aumento da receita. A receita líquida com cerveja subiu 5,2% no trimestre, apesar da queda de 8,6% do volume. Segundo a empresa, isso ocorreu devido a iniciativas de focar em bebidas premium, mais rentáveis, e do impacto positivo do maior peso da distribuição direta no negócio da empresa.
O volume total de bebidas comercializado pela Ambev em todas as suas regiões de operação foi de 37,960 milhões de hectolitros ao longo do segundo trimestre de 2015. O montante representa uma queda de 3,4% na comparação com os 39,310 milhões de hectolitros registrados em igual período do ano passado.
O desempenho do trimestre foi afetado por retração nos volumes vendidos no Brasil, tanto de cerveja como de refrigerantes combinado com um desempenho mais positivo nas operações em outras regiões. "No Brasil, vimos uma pressão nos volumes no segundo trimestre, como esperado, devido a uma base de comparação muito difícil de Copa do Mundo da FIFA 2014 e um ambiente macroeconômico desafiador", destacou a companhia. "Em relação às outras regiões, continuamos a ver oportunidades de crescimento significativo da receita líquida e de expansão da margem Ebitda a serem capturados em todos os países onde operamos na região da América Central e Caribe", acrescentou.
América Latina. As operações da Ambev em países da América Latina Sul (LAS), região composta por Argentina, Bolívia, Chile, Equador, Paraguai, Peru e Uruguai, apresentaram um crescimento de 7,1% no volume de bebidas vendidas no segundo trimestre de 2015 ante o mesmo período do ano passado. A companhia comercializou 7,729 milhões de hectolitros de bebidas nos países. Considerando apenas as vendas de cervejas, houve crescimento de 11,7% no volume vendido na região no trimestre ante igual período de 2014, chegando a 4,619 milhões de hectolitros. Já nas operações de refrigerantes e bebidas não alcoólicas, houve alta de 1%, para 3,109 milhões de hectolitros.
Em sua divulgação de resultados, a Ambev considera que as vendas em volume foram impulsionadas sobretudo por um melhor desempenho em cerveja na Argentina. No país, diz a Ambev, houve condições climáticas favoráveis, uma fácil base de comparação após redução de volume no ano passado, e lançamentos de produtos na categoria "near bear", de bebidas alcoólicas a base de cerveja. "Durante o trimestre, a distribuição da marca Corona no Chile e a expansão das garrafas de vidro retornáveis no Paraguai também foram fatores importantes para elevar o desempenho do nosso volume na região", completou a companhia.
Metas mantidas. A Ambev manteve inalteradas suas metas (guidances) para os resultados no Brasil do ano de 2015. Em seu informe de resultados do segundo trimestre de 2015, a empresa reafirmou as expectativas divulgadas no início deste ano para receita, despesas gerais e administrativas, Custo do Produto Vendido (CPV) e investimentos no País.
A fabricante de bebidas segue acreditando que a receita líquida no Brasil deve crescer entre um dígito médio e um dígito alto no ano. A companhia também espera que o CPV, excluindo depreciação e amortização, no Brasil cresça entre um dígito médio e um dígito alto no ano.
Para as despesas gerais e administrativas, excluindo depreciação e amortização, no Brasil, a expectativa é de crescimento abaixo da inflação no ano. A Ambev ainda reafirmou que o Capex no Brasil será similar ou inferior aos níveis de 2014. No ano passado, os investimentos no Brasil somaram R$ 3,1 bilhões.
"Para frente, a expectativa é que o cenário macroeconômico continue desafiador no Brasil", comentou a companhia. "Além de reforçar nossa ênfase em excelência operacional, especialmente na gestão de custos e despesas, continuaremos focados em nossas iniciativas comerciais", acrescentou.
Veículo: Jornal O Estado de S.Paulo
Lucro da Ambev sobe 27,3% no 2º trimestre e ajuda resultado global do grupo cervejeiro
Leia em
4min