AB-InBev tenta vender ativos e focar nos EUA

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Anheuser-Bush InBev (AB-InBev), a maior cervejaria do mundo, poderá eventualmente vender seus negócio de cerveja na Rússia enquanto levanta recursos para pagar dívidas e foca em suas marcas americanas mais lucrativas, avaliam alguns analistas. 

 

A cervejaria, que divulga hoje seu primeiro resultado anual depois da compra, por US$ 52 bilhões, da Anheuser pela InBev, ocupa o segundo lugar no mercado russo, atrás da Baltika, pertencente à Carlsberg, da Dinamarca. 

 

SUN InBev, o negócio do grupo na Rússia, vende uma gama de marcas locais assim como Beck's e Stella Artois e tem seu valor estimado em US$ 6 bilhões. O negócio, que controla cerca de 19% do mercado russo de cerveja, não é visto como uma das operações-chave que a AB-InBev está tentando vender para levantar cerca de US$ 3 bilhões para pagar o empréstimo-ponte que vence no final deste ano. (Este empréstimo faz parte do financiamento tomado pela InBev para comprar a Anheuser). 

 

Mas, com a perspectiva dos EUA contribuírem para a maior parte do lucro da AB-InBev a partir de 2009 - e vendas de marcas populares como a Bud melhorando -, o valor da Rússia para a maior cervejaria do mundo está caindo. A companhia vem também perdendo participação na Rússia, enquanto a concorrente Baltika ganha, respondendo agora por cerca de 38% do mercado de cerveja. 

 

Trevor Striling, analista da Bernstein Research, diz que "existe uma possibilidade, se for oferecido um preço atrativo, deles venderem os negócios da Rússia e da Ucrânia". 

 

Um possível comprador seria a SAB Miller, que tem 6% do mercado russo de cerveja. 
Pessoas próximas à InBev dizem que a operação na Rússia não está à venda e que continua sendo importante para a empresa. 

 

Nos EUA, a Anheuser tem ganho mercado neste ano, em parte devido ao sucesso da sua marca Bud Light Lime. Consumidores têm migrado de marcas mais caras para mais baratas, em linha com a queda de seus rendimentos. 
Analistas estão ansiosos para ver a AB-InBev reduzir seu endividamento líquido, estimado em ? 45 bilhões (ou US$ 56 bilhões), e esperam que hoje a empresa informe como está dispondo de seus ativos. 

 

A cervejaria está nos estágios iniciais do processo de venda da Oriental Brewery, localizada na Coréia do Sul, e há a expectativa de que ponha à venda os parques temáticos que faziam parte do portfólio de operações da Anheuser. 

 

Asahi, a cervejaria japonesa, e o grupo Lotte, um conglomerado de varejo da Coréia do Sul, poderão unir-se na segunda fase do leilão da Oriental e são apontados como favoritos. Fontes próximas às empresas interessadas na Oriental dizem que a AB/InBev espera arrecadar entre US$ 2 bilhões e US$ 2,5 bilhões com essa venda. O lado dos compradores estima algo entre US$ 1 bilhão e US$ 1,5 bilhão. 

 

JP Morgan, que está aconselhando a InBev na venda da Oriental, deverá em breve anunciar quem se credenciou para a segunda fase. O processo pode levar meses para terminar e se a InBev achar que o preço está baixo, ela pode decidir não vender. 

 

Veículo: Valor Econômico


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