A estratégia da PepsiCo poderia soar bastante familiar para o Grande Velho Duque de York (que na canção de ninar inglesa marcha com suas tropas montanha acima e abaixo). O grupo anunciou na segunda-feira plano para "transformar estrategicamente" suas operações de bebidas na América do Norte, com a compra de suas duas maiores engarrafadoras, Pepsi Blottling Group (PBG) e PepsiAmericas, por US$ 6 bilhões em dinheiro e ações. A transação simplesmente reverte o desmembramento das operações de engarrafamento da Pepsi promovido em 1999, com a oferta pública inicial de ações da PBG.
Esse vaivém é algo familiar na indústria de refrigerantes. O setor nunca se decidiu muito bem sobre qual deveria ser a relação entre a produção e comercialização de bebidas e o engarrafamento e distribuição. Desde a abertura de capital da Coca-Cola Enterprises em 1986, a Coca-Cola inclinou-se a manter essas operações a certa distância, via participações minoritárias, na crença de que isso encorajaria o espírito empreendedor das engarrafadoras. A Pepsi, em contraste, gastou grande parte dos anos 90 comprando participações de suas engarrafadoras, mas depois vendeu fatias majoritárias ao público; o modelo da Coca-Cola.
Paralelamente, o grupo Dr Pepper Snapple (que tem marcas como (7Up e Schweppes) seguiu na direção oposta e assumiu o controle integral de sua maior parceira engarrafadora em 2006.
Em parte, a decisão da Pepsi apenas reflete a mudança nas tendências de administração. A terceirização funciona bem para manter o balanço patrimonial "leve", mas, em tempos atribulados, as empresas ainda têm uma responsabilidade associada com essas mesmas operações fora de seus balanços. Combinar as duas engarrafadoras é uma admissão de sua interdependência em relação à Pepsi e deverá permitir que o grupo economize US$ 200 milhões em custos anuais, com um valor atual líquido em torno a US$ 1,5 bilhão.
A mudança estratégica, contudo, pouco faz para resolver um problema que se mantém desde o fim dos anos 90 - depois de décadas de expansão, os consumidores dos Estados Unidos estão trocando as açucaradas bebidas gaseificadas por opções mais saudáveis.
Veículo: Valor Econômico