Com capacidade para 48 garrafas, a engenhoca, disponível no Empório Santa Maria, permite que os vinhos sejam provados em pequenas doses
Uma degustação auto-serviço, em que você escolhe o painel que quer montar. Em poucos minutos, foi possível comparar cinco Pinots Noir (dois da Borgonha, um neozelandês, um argentino e um chileno) por R$ 25, apenas inserindo um cartão numa máquina e esperando a torneirinha despejar o vinho na taça (Riedel, vários modelos à escolha). Foram provados: Domaine Alain Michelot, borgonha genérico (R$ 6), Albert Bichot Chassagne-Montrachet (R$ 7), Aspire Matariki (R$ 3), Tabali Reserva (R$ 3) e o melhor de todos, um patagônico, Barda (R$ 6).
Parece o sonho de todo enófilo, embora não seja este o próposito imediato da máquina de vinhos com 48 garrafas instalada no novo restaurante do Empório Santa Maria (Av. Cidade Jardim, 790, 2102-7788). Na verdade, o equipamento foi pensado como uma carta de vinhos automática. Os clientes recebem um cartão eletrônico, escolhem o que querem beber e a quantidade (30 ml, 60 ml, ou 120 ml) e podem comer acertando a harmonização com os pratos. As garrafas ficam guardadas a 18°C (tintos) e 12°C (brancos).
Mas a tentação de fazer a brincadeira de degustar diversos vinhos é irresistível. Os donos sabem: "Isto é um Hopi Hari de adultos" diz Bernardo Ouro Preto, um dos sócios, entusiasmado enófilo e autor da "carta". "Eu estava viajando pelo Piemonte em férias, passei por uma daquelas cidades medievais de uma única rua. Uma placa me chamou a atenção: 'Venha provar 150 vinhos'. Como um sujeito poderia manter tantos vinhos abertos num lugar tão pequeno? Parei para investigar e conheci o fabricante da Enomatic." Foi assim que importaram as seis unidades com oito garrafas cada, que começam a funcionar para o público na semana que vem.
Depois da degustação, um Marqués de Murrieta Reserva (R$ 23 por 120 ml) com as codornas em molho rôti e um Riesling gostoso com a sobremesa, o australiano Peter Lehman (R$ 8 por 60 ml, mais do que suficientes para a panacota com frutas vermelhas). Os clientes mais assíduos terão os próprios cartões e pagarão pelo consumo no fim do mês. A máquina pode ser usada diariamente, no almoço e no jantar (no domingo, apenas almoço).
Veículo: O Estado de S.Paulo