Longe dos olhos dos consumidores em um cenário de bares e baladas fechadas, marcas de bebida têm investido em lives criativas para manter contato com o público e se destacar em meio à oferta frenética de conteúdos online nas semanas de quarentena.
Hoje (14), às 18h, a Ambev promove sua primeira live sobre o universo das cervejas. Com a mestre-cervejeira Laura Aguiar e a convidada Fernanda Meybom, Sommelière de Cervejas e Mestre em Estilos, Avaliação e Harmonização pelo Siebel Institute of Technology de Chicago, a empresa vai conversar com o público sobre diversidade de ingredientes, sabores e aromas.
A ideia é que os espectadores entendam mais sobre harmonização, estilos de cervejas e história da bebida, e possam aproveitar as lições nas refeições em casa. A marca apresentará conceitos com cervejas como Budweiser, Brahma Duplo Malte, Brahma Extra Weiss e Colorado Demoiselle. A transmissão acontece no Instagram da Ambev.
Também nessa quinta-feira, às 19h, a Diageo lança o Home Hour Popload Festival, live no estilo happy hour que vai misturar música, conversa e aula de drinks. A live acontece como parceria entre as marcas Johnnie Walker, Smirnoff e Tanqueray e a plataforma Popload, por trás do Festival Popload e outros shows e eventos. Hoje, nas redes sociais da Popload Music, o show é da cantora Duda Beat e a conversa é com o ator João Vicente de Castro, da trupe do Porta dos Fundos.
No dia 21 de maio, a live contará com as cantoras Letrux e Manu Gavassi. Já no dia 28 de maio, a música ficará por conta de Emicida e Tulipa Ruiz. Durante as apresentações, bartenders darão pequenas aulas de como preparar drinks em casa, com as mixologistas Adriana Pino, Jéssica Sanchez e Talita Simões.
A Diageo também anunciou, junto da live, a iniciativa de doar parte dos lucros de maio no e-commerce TheBar para um fundo de apoio a bartenders durante a quarentena. Além disso, ela irá oferecer cursos de capacitação remunerados para os profissionais a partir da sua plataforma Diageo Bar Academy, em um investimento que deve chegar a 500 mil reais.
Bebida na quarentena
Com restaurantes, bares e baladas fechadas, pessoas ao redor do mundo trocaram o consumo de bebidas alcoólicas na rua pelo conforto do lar. No Brasil, sites como Evino e Clube do Malte têm registrado crescimento em pedidos desde o início da quarentena, por exemplo. No Clube do Malte, as vendas cresceram 70% em abril e o número de clientes assinantes cresceu 56% entre o primeiro e o segundo bimestre. A Evino viu os pedidos crescerem 20% entre fevereiro e março em relação a 2019 e um aumento de 72% em novos clientes no período.
No mundo não é muito diferente, com países observando o fenômeno de pessoas estocando bebidas para o isolamento. Na Rússia, as vendas de vodca subiram 65% em março, segundo a consultoria GfK. Nos Estados Unidos, no início de abril as vendas de bebidas com entrega em domicílio cresceram 387% em relação a 2019, segundo levantamento da Nielsen.
A alta no delivery, contudo, não tem compensado a queda no faturamento geral das empresas de bebidas. A Ambev registrou queda de 9,1% no volume vendido no Brasil primeiro trimestre de 2020. A receita da companhia no Brasil também caiu 9,6%, para 6,5 bilhões de reais.
Segundo a Associação Brasileira de bebidas (Abrabe), entre 15 e 31 de março o mercado de cachaça, cerveja e vinhos teve queda de 52% no faturamento. Quarenta por cento das empresas do setor afirmaram que já sentiram retração em seus negócios. O período coincide com o fechamento dos estabelecimentos comerciais no Brasil. De acordo com a KPMG, 61% do consumo de bebida alcoólica no Brasil acontece em bares e restaurantes.
Fonte: Exame