Coca-Cola aposta nos sucos prontos no Brasil

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A Coca-Cola Brasil vai investir R$ 1,75 bilhão no País este ano 17% a mais que em 2008 para infra-estrutura, distribuição e marketing, afirmou ontem seu diretor de marketing de novas bebidas, John Pinto, durante o anúncio da fusão das duas marcas de sucos prontos da empresa, Minute Maid e Kapo, sob o selo Del Valle, adquirido em 2006. Estas passaram a se chamar Del Valle Mais e Del Valle Kapo e somam com o nome principal 45% de participação neste segmento. Por isso, receberão boa parte dos investimentos de 2009, 60% a mais do que no ano passado.

 

"Seis em cada dez brasileiros mencionam a marca Coca-Cola quando se fala de refrigerante e queremos o mesmo resultado com Del Valle", afirmou John Pinto. Segundo o executivo, a Coca-Cola é líder mundial em sucos prontos para beber e o objetivo da modificação do portfólio é construir marcas, ou seja, transformar a marca Del Valle em referência nesse mercado, assim como a Coca-Cola se tornou para o mercado de refrigerantes.

 

"Desde o ano passado estamos trabalhando nesse novo portfólio para o mercado de sucos. Como pioneira no mercado, a Del Valle tem imagem muito consolidada e é líder, com 80% de conhecimento. Por isso a escolha pela marca", disse. A companhia também anunciou o lançamento de linha de bebidas de frutas refrescantes focada no público jovem, chamada de Del Valle Fruit.

 

Com a alta de 4% nas vendas no primeiro trimestre deste ano, o Sistema Coca-Cola Brasil formado pela Coca-Cola e 16 fabricantes brasileiros decidiu investir na expansão da capacidade de produção no País. No primeiro semestre, a companhia elevou em 50% a capacidade instalada da unidade de Marília (São Paulo), da engarrafadora Spaipa; dobrou a capacidade da unidade de Santa Maria (Rio Grande do Sul), da engarrafadora CVI, e quintuplicou a da unidade de Petrolina (Recife), da engarradora Coca-Cola Guararapes. Para o segundo semestre ainda estão previstas a inauguração das fábricas da Leão Junior na Grande Curitiba (Paraná) e de refrigerantes em Maceió (Alagoas).

 

POTENCIAL. De acordo com o diretor da Coca-Cola, o mercado brasileiro de sucos prontos cresceu 16% nos últimos dois anos e representa cerca de 4,5% do faturamento da empresa no País, que também trabalha no setor de bebidas não-alcoólicas com águas, chás, refrigerantes, energéticos, hidropônicos e lácteos.

 

"Há muito potencial nesse mercado, pois o consumo per capita de sucos no País é de 12 copos de 237 ml por ano, sendo que na América Latina o consumo é de 32 copos, no México de 73 copos, na Europa de 150 e nos Estados Unidos, de 230 copos", afirmou. A indústria brasileira de sucos prontos registrou faturamento de R$ 1,9 bilhão em 2008, segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e Bebidas Não Alcoólicas (Abir). Dessa forma, a Coca-Cola, com 35% de market share total, teria alcançado vendas de cerca de R$ 665 milhões.

 

A empresa também irá trabalhar com embalagens de 750 ml para conquistar o público C e D. Segundo o executivo, a junção das marcas que inclui a Laranja Caseira não resultará em aumento de preços. O Sistema Coca-Cola tem duas fábricas de sucos que empregam 650 pessoas em Linhares e 250 em Americana e, segundo a empresa, serão contratadas mais 120 pessoas. "Vamos investir em inovação. Essas fábricas vão produzir diferentes linhas de produtos", disse John Pinto, descartando interesse em aquisição na categoria. O Brasil é o terceiro maior mercado da Coca-Cola no mundo, atrás de Estados Unidos e México, e a empresa tem crescido há vinte trimestres consecutivos no País.

 

Veículo: Jornal do Commercio - RJ


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