Exportadoras de sucos devem amargar perdas

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As indústrias exportadoras de suco de laranja a partir do Brasil devem amargar perdas este ano, segundo o presidente executivo da CitrusBR, Christian Lohbauer. Em sua primeira declaração à frente da nova associação do setor, o executivo - egresso da Associação Brasileira dos Exportadores de Frango (Abef) - afirmou que o setor vive um ciclo de baixa e que as indústrias cometeram um erro de cálculo ao fecharem contratos plurianuais com produtores de laranja a preços maiores que os negociados atualmente no mercado spot (à vista).

 

A previsão de Lohbauer é a de que as exportações de laranja caiam cerca de 25% neste ano em relação ao ano passado, para US$ 1,5 bilhão. Segundo ele, a crise econômica global tem impactado o setor - inclusive porque o suco de laranja é consumido, em grande parte, pelos países mais ricos -, mas não é o fator mais relevante.

 

"O segmento sofre com a queda de consumo mundial devido à competição com outras bebidas, como refrigerantes, isotônicos e águas aromatizadas, e com os altos estoques acumulados desde 2005, sobretudo nos Estados Unidos e Europa", afirmou.

 

Contratos. Segundo ele, metade da laranja comprada pelas indústrias - como Cutrale, Citrosuco, Citrovita e Louis Dreyfus Citrus, que integram a Associação e representam 98% do mercado - vem de contratos plurianuais com prazo médio de três anos a cinco anos. Outros 30% vêm do próprio pomar e 20% são adquiridos de produtores no mercado à vista. Esses, confirmou Lohbauer, são os que mais têm sofrido com a queda de preço da commodity, que está avaliada em cerca de R$ 5 a caixa, ao passo que o custo de produção é da ordem de R$ 8 a R$ 12 por caixa.

 

Cartelização. O executivo negou cartelização, defendendo que as empresas concorrem ferozmente entre si. Estima-se que alguns produtores sem contratos firmados estão vendendo a caixa de laranja a R$ 2,50 e outros optando pela troca de cultura, como milho e cana de açúcar. Lohbauer afirmou que só no ano passado 3% da área de citrus do Estado de São Paulo, em torno de 700 mil hectares, foi transformada em área de cana de açúcar. "Esse gap (entre o preço da laranja em contrato e o atual) vai quebrar muita gente. Uma das saídas é a troca de cultura", considerou.

 

A redução da oferta da laranja, disse, será um componente para re-equilibrar o mercado, levando-o a novo ciclo de alta. O presidente executivo da CitrusBR não soube dizer o novo patamar que a indústria deverá trabalhar, nem quando está previsto novo ciclo de alta. Para este ano, Lohbauer espera que as exportações de laranja caiam para 1 milhão a 1,1 milhão de toneladas, ante 1,291 milhão de toneladas do ano passado.

 

"A indústria será menor. No passado existiam 15 indústrias grandes e hoje existem quatro. A laranja só se antecipou ao que ocorreu no setor de frangos", disse. Segundo ele, 5% dos produtores no Brasil concentram 55% das árvores.

 


Veículo: Jornal do Commercio - RJ


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