Tyson Foods com um pé no Brasil

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Depois de anos de namoro com o mercado brasileiro, a gigante Tyson Foods deve finalmente anunciar na manhã de hoje a aquisição de três empresas nacionais. A norte-americana é a maior empresa processadora mundial de carnes de frango, bovina e suína com consu-midores nos Estados Unidos e em mais de 80 países. No ano passado o faturamento da empresa atingiu a incrível marca de US$ 26,9 bilhões.

 

O anúncio do avanço no mercado brasileiro vai ser feito na manhã desta quarta-feira na capital paulista pelo presidente da área internacional da Tyson Foods, Rick Greubel. As últimas e frustradas tentativas da empresa de entrar no Brasil foram através da Globoaves e da Pena Branca, aquisições que acabaram não se concretizando. De acordo com o consultor Paulo Molinari, da Safras e Mercados, há três anos a Tyson Foods vem fazendo investidas constantes por aqui. Enquanto isso nos últimos meses a Marfrig incorporava cinco empresas do setor. No início do ano foi a vez da Sadia garantir a aquisição da Excelsior. A Arantes também entrou nesse constante movimento de aquisições. "É o caminho natural de concentração de grandes grupos absorvendo os pequenos grupos, e a tendência é de ser um caminho sem volta", analisa Molinari. Ainda de acordo com o consultor, este é só mais um sintoma da saúde estrutural do setor no Brasil.

 

Só este ano a Tyson anunciou a entrada na China e o intencional avanço em solo mexicano. O acordo feito com o Shandong Xinchang Group, culminou na montagem de uma Joint Venture e a Tyson passou a assumir o controle de algumas operações avícolas do grupo no continente asiático. Com o aval do governo chinês, a Tyson passou a comandar 60% das propriedades avícolas da Xinchang e incorporou um novo complexo de processamento de carne de frango na costa leste da Província de Shandong. O Shandong Xinchang Group estima um faturamento de US$ 345 milhões durante o ano de 2009.

 

Essa estratégia expansionista da Tyson pode elevar as vendas internacionais da empresa de US$ 3 bilhões por ano para US$ 5 bilhões em 2010. De acordo com as análises mais otimistas, o consumidor brasileiro só tende a ganhar com um futuro e previsível aumento da competitividade. Sem citar os nomes das aquisições, uma fonte envolvida no negócio declarou que a entrada deste importante player no mercado brasileiro vai gerar um reposicionamento sadio no setor. "A Tyson enxerga no Brasil uma oportunidade de baixar os custos de produção. Tudo pode acontecer, vai depender do mix", revela o consultor que prefere não divulgar seu nome, nem os das empresas.

 

Veículo: Gazeta Mercantil


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