Exportação de carne deve crescer até 20% em 2010

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O Brasil deve elevar em até 20% a receita com as exportações de carne bovina no próximo ano, segundo projeções da Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carne Bovina (Abiec). O presidente da Abiec, Roberto Giannetti da Fonseca, acredita que esse resultado será possível pois as exportações do produto começam a se recuperar, depois de um 2009 de dificuldades por conta da crise financeira internacional.

 

Pelas estimativas da Abiec, as exportações totais de carne bovina (in natura, industrializada e miúdos) devem somar 1,9 milhão de toneladas (equivalente-carcaça), com uma receita de US$ 4,118 bilhões. Se confirmados os números da associação para dezembro - que levam em conta o desempenho do ano e informações de exportadores -, os volumes totais deste ano terão uma queda de 11% sobre os 2,162 milhões de toneladas embarcadas em 2008. Em relação à receita, de US$ 5,3 bilhões de 2008, o recuo será de 22,6%.

 

"Já vemos uma recuperação de preços com tendência de alta", disse Giannetti. O preço médio da carne na exportação, que bateu US$ 3 mil por tonelada em março deste ano, está estimado em US$ 3.559 por tonelada este mês e deve voltar a US$ 4 mil em 2010, de acordo com o executivo. "Estou convicto de que a crise passou", completou.

 

Giannetti estimou ainda alta de 10% no volume de carne exportada no próximo ano. Boa parte da recuperação nas exportações deve vir do aumento das vendas para o Chile, China, norte da África e até para a União Europeia (UE). Foi o avanço de Chile e Hong Kong, aliás, que reduziu o impacto da queda das vendas para a Rússia, um dos mercados mais afetados pela crise.

 

O executivo acredita que as vendas à UE, que impõe restrições ao produto brasileiro, devem ficar entre 200 mil e 300 mil toneladas no próximo ano depois das magras 150 mil de 2009. "A UE precisa da carne do Brasil. Protecionismo tem limite", disse, referindo-se às exigências da UE em relação à certificação das fazendas que fornecem animais para abate e exportação.

 

Para o presidente da Abiec, a instrução normativa da Receita Federal, que eliminou a cobrança de PIS/Cofins dos frigoríficos na industrialização da carne bovina, regulamentada este mês, deve colocar o setor em condições melhores para competir com as empresas que atuam na informalidade, cerca de 25% do total.

 

A normativa da Receita também prevê que os créditos retidos de PIS/Cofins na exportação também serão devolvidos. Segundo Giannetti, os créditos acumulados entre 2004 e 2008 devem ser devolvidos até o fim deste ano. Ele estimou que os créditos retidos de 2004 a 2009 somam R$ 600 milhões. "Isso vai injetar liquidez nos frigoríficos. É a reforma tributária do setor", comemorou.
 

 

Veículo: Valor Econômico


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