Fórum discutirá a pesca da espécie marinha, cujo mercado movimenta bilhões de dólares anualmente
O atum vermelho pescado parafazer sushi, os elefantes perseguidos pelo marfim e a criação de tigres na China para a medicina tradicional encabeçam a agenda da conferência da Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas da Fauna e da Flora Silvestres (Cites), que começa amanhã, em Doha, capital do Catar. Os 175 membros da Cites, da ONU, se preparam para fortes polêmicas sobre a forma de proteger a frágil biodiversidade, cujo valor comercial está na origem de ataques intensos.
Pela primeira vez, uma espéciemarinha o atum vermelho estará no papel de protagonista do fórum. Apesar das cotas autoimpostas pelos produtores, a pesca intensiva tem reduzido consideravelmente as reservas de atum, fazendo-as despencar em até 80% noMar
Mediterrâneo e no Atlântico Ocidental desde 1970.
Graças a Mônaco, Estados Unidos e União Europeia (UE), cresce a pressão para que este peixe seja incluído no Apêndice I da lista da Cites, somando-o a espécies célebres como o gorila das montanhas e o leopardo da neve. “Tratar espéciesmarinhas de grande valor comercial - um negócio de bilhões de dólares - é um grande passo. Outros dois a cinco anos de pesca excessiva e o atum não se recuperará”, afirmou Sue Lieberman, diretora de política internacional do Pew Environment Group.
O Japão, o principal mercado do atum vermelho, se opõe radicalmente à sua proibição e tem planos de bloquear os dois terços de votos necessários aprovar a proposta.
Marfim
Tanzânia e Zâmbia, que apresentaram uma moratória de nove anos sobre o comércio do marfim depois de uma venda maciça de reservas por outros quatro países africanos, em 2008 se comprometeram a fazê-lo novamente. China e Japão, os principais mercados para as presas de elefante, provavelmente apoiarão a medida. Mas dezenas de outros países africanos, como o provável apoio da Europa, tentarão estender a proibição a 20 anos.
Estados Unidos e Europa vêm o atum como uma causa comum, mas não estão de acordo, por exemplo, quanto ao urso polar, caçado legalmente pelos povos indígenas do Ártico, que com frequência vendem a pele do animal.
A China, por sua vez, estará na posição de acusado em várias situações. Ofórum examinaráuma resolução destinada a condenar a criação de tigres, praticada unicamente na China.
Veículo: Brasil Econômico