Indústria de pescados se prepara para o aumento nas vendas nos mercados interno e externo
Mudar os hábitos alimentares dos brasileiros e aproveitar o potencial hídrico do país para explorar a venda de peixes no mercado externo. Esses são objetivos da Nativ Pescados, que hoje inaugura sua mais nova unidade na cidade de Sorriso (MT) com investimento total de R$ 73 milhões. Baseadas nos padrões europeus de fabricação, as instalações começam a operar com a capacidade de cinco mil toneladas ao ano mas seu projeto permite novas investidas para dobrar a produção.
Os planos da Nativ são ambiciosos.Com a unidade, a empresa pretende aumentar o faturamento de R$ 36 milhões previstos ao final deste ano para R$ 84 milhões em2012. Tal projeção é explicada pelo grande mercado a ser explorado no país. Segundo a própria empresa, o consumo per capita de peixes entre os brasileiros é de 6 quilos, sendo que amédiamundial é de 18 quilos.
“O cultivo de peixes no Brasil é muito pequeno quando comparado ao de carnes bovinas, suínas e aves. Há 30 anos, o frango era uma especialidade nos lares do país e hoje está na mesa da maioria da população. Queremos fazer o mesmo com o consumo de peixes”, diz José Augusto Lima de Sá, presidente do conselho da Nativ Pescados.
Ele discutirá o assunto com Altemir Gregolin, ministro da Pesca e Aqüicultura, que estará presente hoje na inauguração das novas instalações da empresa. O evento também contará coma presença de Pedro Furlan Uchoa Cavalcanti, presidente executivo da Nativ Pescados, que é sobrinho do ex-presidente da Sadia e ex-ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan; e bisneto de Attilio Fontana, fundador da companhia adquirida pela Perdigão e que deu origemà Brasil Foods.
Mercado externo
Além de absorver o crescimento esperado na venda de peixes no país nos próximos anos, o projeto da nova unidade da Nativ Pescados levouemconsideração os planos estratégicos da empresa no mercado externo. Segundo Lima de Sá, ameta para as exportações em 2010 é alcançarUS$1 milhão e a previsão é pular para US$ 11 milhões já em 2011. O crescimento baseia-se na comercialização de peixes nobres in natura (resfriados e congelados) para Estados Unidos, Europa e Japão.
“Capacitamos a fábrica e toda a estrutura da fazenda em Sorriso para atender esses exigentes mercados e toda a demanda mundial que possamos ter nos próximos anos”, afirma o presidente do conselho da Nativ, ao citar os processos de pesagem e análise dos produtos em acordo com o padrão utilizado no mercado europeu. Segundo ele, a tendência é ter um “equilíbrio entre os mercados internos e externos” no faturamento da empresa. Hoje com 257 colaboradores, a Nativ projeta ter 440 funcionários diretos e 1,3 mil indiretos até 2012.
Veículo: Brasil Econômico