Apesar da previsão do aumento do número de empresas brasileiras fornecedoras de carne para a Rússia, o estabelecimento de cota para o produto brasileiro não deve fazer parte dos acordos a serem assinados hoje pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, desde ontem na capital russa. O chanceler Celso Amorim disse que mais importante é o fato de o país ser o primeiro vendedor de carne bovina para os russos e o sexto fornecedor de frangos. Para ele, o que importa agora é a diversificação da pauta comercial entre os dois países.
Diversificação é a palavra chave no Fórum Empresarial Brasil-Rússia, que se realiza hoje em Moscou. O presidente Lula participará do encerramento do encontro. Até ontem, cerca de 120 empresários dos dois países haviam confirmado presença, entre eles 35 que já estavam na Rússia com o ministro Pedro Brito para tratar de cooperação no setor de portos e hidrovias.
Apesar da animação, só agora Brasil e Rússia aparentam retomar um ritmo de negócios que era crescente e caiu quase pela metade em razão da crise financeira mundial..
Em relação a investimentos diretos de um país no outro os números são modestos. No período entre 2007 e 2008, por exemplo, as inversões russas foram de US$ 4,5 milhões. De janeiro a abril de 2009 o aporte russo foi de US$ 1,43 milhão - ou seja, 0,02% do montante total recebido pelo Brasil no período. No sentido inverso a situação é bastante parecida. No mesmo período, a Rússia recebeu investimentos diretos no total de US$ 125 bilhões. O Brasil entrou com apenas US$ 4 bilhões desse total. (RC)
Veículo: Valor Econômico