Consumo está em expansão.
Os preços pagos pela carne suína em junho mantiveram-se estáveis em Minas Gerais na comparação com maio, quando foi registrada alta de 7% nos valores de comercialização. A estagnação é considerada positiva, já que a cotação do quilo do suíno vivo, cerca de R$ 2,80, já é suficiente para cobrir os custos de produção e gerar uma pequena margem de lucro para os produtores.
De acordo com o presidente da Associação dos Produtores de Suínos de Minas Gerais (Asemg), João Bosco Martins, mesmo sem gerar lucro significativo para os produtores, o preço deverá manter-se nesta margem. A justificativa para a conservação do valor é baseada na expectativa de crescimento do mercado consumidor.
"O preço da carne suína está agradando o consumidor e remunerando os produtores. Com preços competitivos poderemos ampliar o consumo de carne suína no país. A manutenção dos preços é importante já que a oferta de carnes (aves e bovina) no país é grande devido à redução dos volumes exportados e ao aumento da produção nacional", disse Martins.
Para os próximos meses, as expectativas são positivas. De acordo com Martins, o cenário econômico brasileiro e internacional está favorecendo a ampliação do consumo e dos valores pagos aos produtores.
A recuperação da economia frente à crise financeira global e o aumento do poder de compra dos consumidores são os principais fatores atribuídos à valorização do produto. A crescente demanda pelo produto poderá reduzir a oferta do produto no mercado, o que contribui para a estabilização dos preços de forma que gere renda para os produtores.
O custo de produção de cada quilo de carne suína gira em torno de R$ 2,30. A queda nos preços dos insumos, registrada ao longo do primeiro quadrimestre, de cerca de 30%, também está favorecendo a geração de renda para o produtor. O milho e a soja são os principais insumos utilizados no setor, respondendo por 70% dos gastos da atividade.
Equilíbrio - De acordo com a Asemg, a produção mineira de suínos em 2009 cresceu cerca de 5%. Ao todo foram produzidas 400 mil toneladas de carne. O objetivo para 2010 é manter a produção de acordo com a demanda, o que promove o equilíbrio da oferta no mercado.
Outro fator que deverá contribuir para o incremento no consumo é o lançamento do Programa Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (PNDS). A expectativa é que o consumo per capita de carne suína aumente dois quilos por ano, o consumo atual é de 13 quilos por ano.
Segundo Martins, o projeto é importante para incetivar o aumento do consumo, mostrando para a população os benefícios que a carne suína proporciona para a saúde. Além disso, a ampliação da demanda atinge toda a cadeia gerando empregos diretos e indiretos, aumento da renda e desenvolvimento das indústrias instaladas no Estado.
"O segmento precisa de políticas públicas que contribuam para a manutenção da rentabilidade, tanto do produtor como da indústria. Uma das iniciativas do projeto, que será adotado pelas indústrias e pelos supermercados, são os investimentos na maior divulgação, na exposição dos produtos e na comercialização personalizada da carne (porções de tamanhos variados)", ressaltou.
Veículo: Diário do Comércio - MG