Concorrente de peso nos pescados

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É tempo de aumento da concorrência no mercado brasileiro de pescados em conserva. Dominado pelas marcas Coqueiro, da americana PepsiCo, e Gomes da Costa, controlada pelo grupo espanhol Calvo - que estão em expansão -, o segmento atraiu outro grande grupo global, o também espanhol Jealsa-Rianxeira. O conglomerado atuará no Brasil por meio da Crusoe Foods, dona da marca Robinson Crusoe, agregada ao portfólio após uma aquisição no Chile há seis anos e que foi escolhida para ser sua marca global de pescados.

 

Com direito a vídeo com a mensagem do CEO mundial Jesús M. Alonso, filho do fundador do grupo, a empresa detalhou seus planos ontem em São Paulo. Segundo Sidnei Rosa, diretor-geral da Crusoe Foods no Brasil, o projeto inclui investimentos de R$ 50 milhões nos próximos dois anos no país e o objetivo é conquistar uma participação de mercado de 5% na frente que engloba produtos de atum e sardinha.

 

Dos aportes previstos, cerca de € 1 milhão serão direcionados à aquisição de maquinários para a primeira fábrica da empresa no país, localizada em Rio Grande (RS) e que já era de propriedade da família controladora do Jealsa-Rianxeira, que é uma holding com 24 empresas que faturou € 381 milhões em 2009. Até o fim deste ano, a unidade deverá alcançar uma capacidade de produção de 10 mil toneladas por ano. Distribuição, marketing (focado nos pontos de vendas) e o projeto de uma nova fábrica de € 20 milhões, embrionário, deverão absorver a diferença.

 

Estimativas divulgadas pela Crusoe Foods indicam que o mercado brasileiro de pescado em conserva fatura, no total, cerca de R$ 1 bilhão por ano. No caso dos produtos à base de sardinha, a nova concorrente calcula que a marca Coqueiro tenha participação de 43,6% e a Gomes da Costa, de 27,7%. No atum, a Gomes da Costa é a líder, com 41,3%, e a Coqueiro tem 34,9%. Com fatias inferiores a 7%, a Femepe completa o trio das atuais líderes do segmento.

 

Como as companhias que terá de enfrentar, a Crusoe Foods pretende trabalhar com pescados nacionais e importados - até porque a sustentabilidade da produção nacional é controlada e não há pesca o ano inteiro. Para chegar ao faturamento anual de R$ 50 milhões no país até 2011, o Jealsa-Rianxeira também aposta em uma linha de complementos para saladas da parceria que mantém com a americana Sugar Foods que está sendo trazida ao Brasil.
 

 

Veículo: Valor Econômico


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