Clima e alta da terra vão elevar preço da carne

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A carne bovina caminha para R$ 90 por arroba, registrando forte puxada de preços nas últimas semanas.

 

É um aumento sazonal, puxado por oferta menor de bois e por demandas interna e externa crescentes.

 

Esses preços não vão se sustentar tão elevados por muito tempo, mas os consumidores devem se preparar para aumentos reais nos próximos anos.

 

Além dos fatores cíclicos, que forçam essa alta, o mercado mundial começa a viver graves problemas estruturais, diz José Vicente Ferrraz, diretor técnico da AgraFNP.
Um dos tradicionais mercados, a Austrália, perde força porque a mudança de clima e a seca começam a tornar algumas regiões impróprias para a produção de gado. Os produtores, que têm custos elevados, devem fazer um esforço cada vez maior.

 

Nos Estados Unidos, as condições de economia agrícola também tornam o custo de produção elevado. Além disso, a expansão fica inibida por fatores ambientais.
A Argentina, outro importante produtor no mercado mundial, vive os problemas mais sérios no momento. Políticas populistas do governo tiraram o poder de renda dos pecuaristas, que passaram a abater as matrizes.

 

O resultado é que o rebanho atual caiu para 49 milhões de cabeças, uma perda de 12 milhões de animais em dois anos.

 

Além disso, a valorização das terras agrícolas está empurrando o gado para locais menos apropriados para a produção, diz Ferraz. Produtividade menor nessas regiões e custo elevado retiram a competitividade do país.

 

Resta o Brasil, um dos poucos que ainda têm terra para a expansão e pode elevar o ganho de produtividade.
Essa carne será disputada nos próximos anos, no entanto, por novos consumidores que estão obtendo aumento de renda, tanto no Brasil como em outros países emergentes. "O produto vai subir", afirma Ferraz.

 


Veículo: Folha de S.Paulo


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