União Brasileira de Avicultura prevê vários ajustes, entre eles reduzir o plantel, para fazer frente à crise mundial
A União Brasileira de Avicultura (UBA) propôs, segunda-feira, uma série de medidas para reduzir a produção nacional de carne de frango em 2009, para alterar o quadro atual de oferta acima da demanda e se preparar para uma recessão mundial. O alerta foi feito pela Central de Informações Avícolas da UBA, que prevê para o próximo ano “o maior desafio do setor de todos os tempos, que pode ser minimizado de forma natural e indolor para as empresas”.
A UBA propõe que as medidas sejam adotadas já a partir deste mês. Entre as sugestões, está o descarte de matrizes velhas e de menor produtividade; maior rigor na seleção dos ovos incubáveis e adiamento na incubação (um dia a menos implica a redução de 20 milhões de pintos por mês), além de aumento do período de vazio sanitário dos galpões entre um lote e outro de pintos.
OFERTA MAIOR
Pelos cálculos da UBA, nas condições atuais o setor começaria o próximo ano com a produção mensal de 1,1 milhão de toneladas de carne de frango, para uma demanda estimada em 965 mil toneladas/mês, sendo 365 mil toneladas de exportação e 600 mil toneladas de mercado interno. Para não haver excedente, o consumo per capita teria que passar dos atuais 38,7 quilos para 46 quilos por habitante/ano.
Os números da UBA mostram que, com a retomada das exportações este ano (mais 21%) e o crescimento do mercado interno, a avicultura de corte investiu pesado no aumento na produção. A produção projetada para o próximo ano é 15% superior à deste ano e 25% acima da verificada em 2007.
A UBA observa que as exportações em 2009 não devem crescer no mesmo ritmo deste ano, com volume recorde projetado de 4 milhões de toneladas, “porque há poucos novos mercados a conquistar; há importadores (como a Rússia) aumentando a produção interna e há exportadores (como a Tailândia) retornando ao mercado externo. Mas, sobretudo, porque há uma crise econômica mundial cujas dimensões ninguém consegue precisar.”
Veículo: O Estado de S.Paulo