Consumidor migra para "carne de segunda"

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A queda do preço da carne no atacado demora para chegar ao varejo, o que começa a provocar a migração do consumo de itens mais nobres para os cortes de "segunda".

 


O quilo da picanha, que em meados de novembro era vendido pelos frigoríficos por R$ 30, em janeiro foi comercializado por R$ 19 -queda de 37%, segundo levantamento da Scot Consultoria.

 

O valor do filé mignon, por sua vez, caiu 42% no mesmo período na saída dos frigoríficos, de R$ 32 para R$ 18,50.

 

Nas gôndolas, no entanto, o preço continuou nas alturas. Em janeiro, a picanha ainda estava 10% mais cara do que em novembro de 2010 e o filé mignon era vendido por um valor 9% maior na mesma comparação, segundo dados do IPC-S, da FGV (Fundação Getulio Vargas).
"O varejo não reduziu os preços na mesma proporção que os frigoríficos. Os valores não caíram a ponto de estimular o consumo", afirma Alex Lopes da Silva, consultor de mercado da Scot.

 

Diante do alto valor dos cortes de traseiro (os mais nobres), crescem as vendas de cortes de dianteiro, mais conhecidos como "carne de segunda".
A defasagem no repasse de mudanças de preço do atacado para o varejo é habitual, mas a maior demanda por carnes menos nobres já provoca a valorização desses produtos no atacado.

 

Na segunda semana deste mês, o quilo do acém (um dos cortes de dianteiro) foi vendido a R$ 7,41 pelos frigoríficos, em média, com alta de 13% em relação a igual período de janeiro. A paleta bovina também subiu (13%) na mesma comparação.
Ao mesmo tempo, os cortes nobres mantêm queda no atacado -sinal de que a demanda na ponta final de consumo ainda não reagiu.

 

Na semana encerrada na última quinta-feira, os frigoríficos vendiam o filé mignon por R$ 16,55 o quilo, com retração de 11% ante igual intervalo de janeiro.
A picanha baixou 8% na mesma comparação, agora vendida no atacado a R$ 17,56 o quilo.

 


Veículo: Folha de S.Paulo


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