Crise árabe ajuda a reduzir preço das carnes

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As vendas de carnes perdem ritmo e os preços pagos aos produtores começam a recuar. Além de fatores internos, a crise árabe impulsiona essa queda.
"Estamos vivendo o sobressalto da crise árabe", diz Antonio Camardelli, presidente da Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes).

 

Um dos exemplos é o da Líbia, diz ele. As exportações de carne bovina estão suspensas para aquele mercado, que recebia 350 toneladas do Brasil, semanalmente.
Os exportadores de carne suína, embora não dependam do mercado árabe, também sentem um ritmo menor nas vendas, que vinham melhorando nos últimos meses, segundo Pedro de Camargo Neto, presidente da Abipecs (Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína).

 

O setor de avicultura ainda avalia o cenário atual, mas as alterações não são significativas. "Existe um clima de tensão, mas não se acendeu nenhuma luz vermelha no setor", diz Francisco Turra, presidente executivo da Ubabef (entidade do setor).
Do lado interno, há perda de ritmo nas vendas, segundo José Vicente Ferraz, da Informa Economics, o que permite a queda dos preços.

 

Há uma normalização da oferta, principalmente na pecuária -cujas entregas estavam afetadas pelas chuvas. Além disso, esse é um período de menor poder aquisitivo do assalariado, diz ele.

 

Demanda menor derruba os preços pagos aos produtores. A arroba de boi, que era negociada a R$ 105 na semana passada, esteve ontem a R$ 103 em São Paulo.
O quilo do frango vivo caiu para R$ 1,95, após ter sido negociado a R$ 2,10 também na semana passada. A carne suína parou de subir. A arroba custa R$ 52, em média.

 

Os estragos causados aos pecuaristas de Mato Grosso pela morte súbita de parte das pastagens serão elevados. A Acrimat (Associação dos Criadores de Mato Grosso) apresenta hoje um levantamento que indicará a necessidade de pelo menos R$ 3 bilhões para a recuperação das áreas.

 

Para ter um ideia de quanto isso representa de custos aos pecuaristas do Estado, os gastos somam 62% do valor bruto obtido pela pecuária mato-grossense no ano passado, segundo a Acrimat.

 

O levantamento da entidade, que será divulgado em Cuiabá (MT), vai apontar quais as principais causas da degradação, o quanto as pastagens estão degradadas, as regiões mais afetadas e o que os produtores pretendem fazer para a recuperação.

 


Veículo: Folha de S.Paulo


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