Após um período de baixa, o feijão voltou a ser lucrativo para os produtores que ainda detêm o produto para comercializar. O mercado vive um período de vazio entre a primeira e a segunda safras, o que provocou a redução na oferta de feijão de melhor qualidade.
"Há ofertas pontuais de produto em apenas algumas regiões", diz o analista Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, de Curitiba (PR). Ele inclui entre essas regiões áreas próximas a Brasília e em Minas Gerais.
Produtores do Paraná e de Santa Catarina, que estão terminando a primeira safra, ainda colocam um pouco do produto no mercado, segundo Brandalizze.
A redução da oferta de feijão pelos produtores ocorre em um período de reposição de estoques pelo varejo, o que deve empurrar ainda mais os preços para cima, na avaliação de Brandalizze.
Primeiro virá a pressão de alta no campo, mas, a partir da segunda quinzena do próximo mês, os consumidores também vão começar a sentir esse aumento, segundo o analista.
A oferta de feijão só aumentará no final de abril e começo de maio. Até lá, os preços vão continuar reagindo no campo.
Pesquisa diária de preços da Folha registrou até R$ 120 por saca para o produto de melhor qualidade. Com isso, o feijão acumula alta de 80% nas últimas semanas.
Essa reação dos preços do feijão é importante porque os produtores vinham recebendo valores inferiores aos do mínimo estipulado pelo governo. Em janeiro, a saca era negociada entre R$ 55 e R$ 65, segundo Brandalizze.
Em fevereiro, os negócios giraram entre R$ 70 e R$ 75 por saca.
Com os preços atuais, os produtores que têm produtividade média -40 sacas por hectare- já começam a obter remuneração.
Os preços mínimos estipulados pelo governo estão em R$ 80 por saca.
Veículo: Folha de S.Paulo