Brinquedo, vitamina, panela ou peixe. Eles vendem isso e mais um pouco

Leia em 2min 40s

Grupo M.Cassab, dono de mais de uma dezena de negócios, entre eles a rede Spicy, estreia no [br]mercado de pescados

Não tem a sofisticação da Spicy, rede de utensílios domésticos do grupo, nem o jeitão moderninho da loja conceitual dos brinquedos Lego, que também faz parte do conglomerado. O novo negócio da M.Cassab está em uma fazenda. Em Rifaina (SP), o grupo, que faturou no ano passado R$ 680 milhões, está tirando do papel sua mais recente aposta: a criação de peixes e a construção de um frigorífico.

 

"A ideia é dominar todo o processo: da produção à comercialização de produtos como filés congelados ou empanados para supermercados e restaurantes", diz Victor Cutait Neto, diretor da M.Cassab, que divide com dois irmãos, a irmã e o cunhado o comando da empresa, fundada pelo avô, em 1928. Seu pai, Fabio Cutait, faz parte do conselho.

 

A estreia em novos mercados é corriqueira. O grupo, que começou com a produção de café, hoje conta com mais de uma dezena de negócios. Da distribuição dos brinquedos da Lego no Brasil e de utensílios domésticos no varejo à exportação de cosméticos. Do fornecimento de insumos para a fabricação de ração animal à formulação de concentrados para fabricantes de bebidas e alimentos. Na maior parte dos negócios, o grupo atua como um importador. E 80% das receitas vêm da área química.

 

Para explicar a busca contínua por novos segmentos e justificar as 14 áreas de negócios, Victor Cutait recorre a um lema da família: "Passado é história, não é garantia". "A diversificação não representa um risco, desde que a estratégia de cada negócio seja bem conduzida", diz Leonardo Araújo, professor de Marketing da Fundação Dom Cabral.

 

No caso da criação de peixes - mais especificamente tilápias -, foi o mercado potencial no País que motivou o investimento do grupo. "O consumo per capita por ano de pescados no Brasil é de cerca de 9 kg, contra 22,5 kg na China, por exemplo", explica o oceanógrafo Sílvio Romero Coelho, chamado pelo grupo para comandar a nova unidade. Para testar os canais de comercialização, o grupo começou a importar no início do ano conservas de pescados, que já estão à venda em 28 pontos de venda em São Paulo. A produção própria, que vai começar com 10 toneladas/mês, deve chegar ao mercado no último trimestre do ano, sob a marca Fider. A expectativa é que, em dois anos, atinja 300 toneladas/mês. Segundo Coelho, a vantagem da aquicultura é permitir que a produção seja padronizada, rastreada e constante.

 

Attílio Leardini, fundador da Leardini, com vendas de 25 mil toneladas de pescados por ano, diz que a notícia do novo concorrente não incomoda. "Em um mercado pulverizado e de muita informalidade, grandes empresas fazem bem", afirma. "Só espero que eles cheguem com a tecnologia necessária para serem competitivos em qualquer lugar do mundo". Segundo Leardini, há uma diferença no preço do quilo do filé de tilápia no País em comparação com outros mercados. "No Brasil, varia entre R$ 12 e R$ 18. No mercado internacional, é mais barato: está entre US$ 2,50 e US$ 6."

 

Veículo: O Estado de S. Paulo


Veja também

Preço da ave está 55% mais barato do que o do boi

Dados do Centro de Estudos em Pesquisas Avançadas (Cepea) mostram que o valor médio da carne de frango sem...

Veja mais
Marfrig encara o desafio de ser sustentável

"Dá pra fazer e nós vamos mostrar". O primeiro diretor de sustentabilidade da Marfrig assumiu o cargo rec&...

Veja mais
Exportações de frango crescem, mas câmbio e custo preocupam

As vendas externas de carne de frango cresceram no primeiro trimestre, os preços de venda também avan&cced...

Veja mais
Receita da exportação do frango fica 28,3% maior

Apesar do resultado positivo, setor alerta que os custos de produção no País estão elevados,...

Veja mais
Fornecedores de Sadia e Perdigão se adaptam à fusão

Criação da Brasil Foods força fabricantes de insumos para aves e suínos a reduzir preç...

Veja mais
Carne: preço da arroba sofre pressão

No acumulado deste mês, analisando-se 16 praças pesquisadas pelo Cepea, a maior queda (à vista) &eac...

Veja mais
Coop prevê distribuição de 150 toneladas

Durante a comemoração da Semana Santa, a Cooperativa de Consumo (Coop) prevê distribuir cerca de 150...

Veja mais
MPF do Acre aciona frigoríficos

Ambiente: Treze empresas, entre elas a JBS, são acusadas de comprar gado de áreas desmatadas   O Mi...

Veja mais
Bacalhau: cuidado com os ‘genéricos’

A Páscoa se aproxima e o consumidor tem de estar atento para não ser enganado na compra de um dos produtos...

Veja mais