País pode dobrar embarque de suíno

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As recentes aberturas de mercados à carne suína do Brasil - e as previstas aberturas do Japão e da Coreia do Sul - têm potencial para dobrar as exportações brasileiras do segmento, estima Pedro de Camargo Neto, presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs).

 

Juntos China, Estados Unidos - já abertos - Coreia do Sul e Japão importam 2 milhões de toneladas do produto ao ano. Considerando que, historicamente, o Brasil tem 30% do mercado internacional de carnes, Camargo Neto projeta que o país pode abocanhar 600 mil toneladas desse total em três anos.

 

Como atualmente, o Brasil exporta cerca de 600 mil toneladas de carne suína, isso significaria dobrar as vendas externas a partir de 2014. "Para elevar a exportação em 25% ao ano, a produção de carne suína teria de crescer 4% ao ano, o que é factível", disse o dirigente.

 

O diretor de Assuntos Sanitários e Fitossanitários do Ministério da Agricultura, Otávio Cançado, acaba de chegar de missão a Indonésia, Malásia e Japão, para negociar a abertura desses mercado às carnes do Brasil, conforme comunicado da pasta.

 

Em Tóquio, foi definida a vinda de uma missão japonesa ao Brasil na segunda quinzena de agosto para verificar o sistema de inspeção de carne suína. Segundo Camargo Neto, como o Brasil já respondeu a questionamentos enviados pelos japoneses e a análise de risco já foi feita, a expectativa é de que processo de abertura do Japão à carne suína in natura brasileira seja concluído até o fim deste ano.

 

Os cálculos da Abipecs também consideram a abertura da Coreia, que recebeu missão do Ministério da Agricultura há duas semanas. Segundo o presidente da Abipecs, que esteve na missão, a delegação esclareceu dúvidas levantadas pela autoridade sanitária coreana em relação à carne suína brasileira.

 

A missão do Ministério da Agricultura, encerrada na terça-feira, teve, em sua passagem pela Malásia, a informação de que dois frigoríficos de carne bovina, um de Goiás e outro de São Paulo, foram habilitados a exportar para o país asiático, que exige o abate halal, conforme os preceitos islâmicos. Segundo o ministério, a autorização é o resultado das inspeções realizadas em fevereiro deste ano, pelas autoridades sanitárias da Malásia, a frigoríficos brasileiros. Foram auditadas 22 indústrias de aves e duas de bovinos.

 

De acordo com Cançado, do ponto de vista sanitário, todos os frigoríficos de aves foram aprovados, mas houve restrições quanto a requisitos específicos da Malásia para abate halal. Técnicos daquele país virão ao Brasil para dar o treinamento e adequar o abate para possibilitar as exportações de aves ao país.

 

Na Indonésia, também foi acertada a vinda de missão veterinária ao Brasil até o fim do ano para habilitar frigoríficos brasileiros para exportação de peru.

 

Também no Japão, a delegação do ministério concluiu a negociação de um novo certificado sanitário para exportação de carne de aves ao país, que já é grande cliente do Brasil. O documento garante que, em caso de qualquer foco de doença, apenas a área afetada sofrerá restrições para exportar e não o país inteiro, como é hoje.

 


Veículo: Valor Econômico


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