Empresa busca ampliar pesca oceânica no Brasil

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Nascida de um acordo empresarial nipo-brasileiro, a empresa Atlântico Tuna realizou ontem, no porto de Natal (RN), o desembarque da primeira carga de atuns capturados, beneficiados e armazenados a partir de tecnologia inédita no país.

 

A empresa, ainda em operação experimental, busca ampliar a pesca oceânica de três espécies de atum na costa brasileira para colocar o país entre os maiores produtores do pescado. As albacoras lage, branca e bandolim são as principais matérias-primas de pratos da culinária japonesa, como sushis e sashimis.

 

A tecnologia usada nas dez embarcações japonesas que operam sob bandeira brasileira permite a captura de espécies entre 200 e 400 metros de profundidade. Hoje, os barcos nacionais operam com instrumentos para pescar atuns tipo espadarte até 80 metros abaixo da superfície.

 

"É nosso primeiro desembarque. Fechamos o ciclo da operação, desde a regularização do barco, ao congelamento a bordo e as operações no porto", afirma o presidente da Atlântico Tuna, Gabriel Calzavara. Os dez barcos arrendados têm capacidade para armazenar até 500 toneladas de atum. "Isso é um mundo de peixe", diz.

 

Em 2009, o Brasil capturou apenas 200 toneladas de albacora-branca. Em três meses, os dez barcos da Atlântico Tuna pescaram 350 toneladas da espécie. Em 2008, a frota brasileira pescou 2% da cota internacional permitida.

 

A parceria com os japoneses permite o congelamento dos pescados a bordo a 60 graus negativos de temperatura. Assim, é possível planejar o transporte e a comercialização dos atuns ao longo de até um ano. No modelo atual, restrito ao resfriamento dos cardumes, o prazo de validade máximo chega a 15 dias. "Ele é beneficiado no barco e armazenado. Em terra, também temos tecnologia de descongelamento até atingir dois graus negativos", explica Calzavara.

 

A produção da nova empresa, cujas operações replicam o trabalho da potiguar Norpeixe, será direcionada à indústria de conserva do Sul do Brasil, que importa albacora. "O mercado consumidor nacional cresce muito e temos uma vantagem competitiva a oferecer aos investidores japoneses", afirma Gabriel Calzavara.

 

O acordo com armadores do Japão inclui divisão de custos por dois anos e futuros aportes na compra definitiva de embarcações. "Estamos desenhando a operação para saber onde estão os peixes e dimensionar a estrutura necessária para cada barco", diz. Hoje, a empresa tem quatro barcos no litoral entre São Paulo e Rio Grande do Sul, outros dois em Trindade mais dois no Nordeste.

 


Veículo: Valor Econômico


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