Os pecuaristas de Mato Grosso estão produzindo mais carne em menor área de pastagem. Nos últimos oito anos, a produção subiu 29% por hectare. A área de pastagem evoluiu apenas 7%.
É o que mostra estudo do Imea (Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária) e da Acrimat (Associação dos Criadores de Mato Grosso).
O resultado comparativo dos números do setor de 2002 a 2010 indica que o rebanho de Mato Grosso cresceu 29%, de 22,2 milhões de cabeças para 28,7 milhões.
Nesse mesmo período, a área de pastagem no Estado subiu de 24 milhões de hectares para 25,8 milhões.
"A cobrança para que o setor produza mais em menos área é antiga e essa exigência da sociedade e do mercado, que está cada dia mais forte, vem sendo cumprida pelos pecuaristas de Mato Grosso", diz Mauricio Campiolo, diretor da Acrimat.
Os números mostram também "uma eficiência inquestionável na produção de carne", segundo ele. O abate de bovinos em Mato Grosso aumentou 67% em oito anos, saindo de 2,4 milhões de cabeças em 2002 para 4,08 milhões no ano passado.
A taxa de ocupação também aumentou, subindo de 0,93 animal por hectare em 2002 para 1,12 em 2010. A evolução foi de 20,5%. Essa taxa está acima da média nacional, que é de 0,7 animal.
A produção de carne por hectare cresceu 29%. "Saímos de 1,65 arroba por hectare em 2008 para 2,13 arrobas em 2010", diz o superintendente da Acrimat, Luciano Vacari. Tudo isso foi feito pelo incremento de tecnologia pelo produtor, segundo ele.
Vacari diz que esses avanços ocorreram mesmo com as crises vividas pelo setor. Entre elas, a de 2006, quando a arroba do boi gordo chegou a ser vendida por R$ 36, e a de 2008, que reduziu a demanda externa por proteínas nos países desenvolvidos.
Para Vacari, esses números mostram uma produção mais sustentável e com mais preservação ambiental. "O setor vive, no entanto, sem segurança jurídica e com pesadas regras e cobranças de mercados internacionais."
Veículo: Folha de S.Paulo