Indústria deve passar nova fase de consolidação

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Foi inaugurado ontem, em Pará de Minas (região Central), com a presença do governador Antonio Anastasia, o novo centro de distribuição (CD) da Cooperativa Central dos Produtores Rurais (CCPR), detentora da marca Itambé, mediante investimentos de R$ 30 milhões. O CD ocupa um terreno de 37 mil metros quadrados, cedido pela prefeitura, ao lado da unidade industrial que já funciona no local. A abertura do novo espaço, que tem área construída de 10.790 metros quadrados, vai permitir à cooperativa o aumento de 50% em sua capacidade produtiva, já que o espaço antes ocupado para estocagem passará a ser usado na indústria do leite. Atualmente, a Itambé em Pará de Minas processa 600 mil litros de leite por dia, matéria-prima proveniente de produtores que vivem num raio de até 150 quilômetros da indústria, localizada às margens da BR-262.

 

O presidente da empresa, Jacques Gontijo, disse que a meta é incrementar a produção de lácteos refrigerados para atender à crescente demanda, com destaque para a região Nordeste do Brasil. "Não temos capacidade produtiva para atender o Nordeste e agora passaremos a ter", afirmou. Hoje a cooperativa consegue chegar com refrigerados até à Bahia, e para os outros estados da região ela envia principalmente leite em pó e leite condensado. Ainda assim, 40% das vendas da cooperativa são para o Nordeste, onde funcionam dois centros de distribuição: um em Recife e outro em Fortaleza. A indústria também trabalha com operadores logísticos na região.

 

Mas os planos no Nordeste vão mais longe. O projeto é montar uma indústria no Ceará, em local ainda não escolhido, mas que não será em Fortaleza. Segundo o presidente, um técnico já está visitando a região para estudar a localização mais adequada. O maior entrave será exatamente o fornecimento da matéria-prima, já que os estados do Nordeste não têm tradição de produzir leite. Mas, de acordo com Gontijo, já existem iniciativas para estimular a produção em áreas irrigadas. Os investimentos no Ceará serão de R$ 50 milhões a R$ 60 milhões para a produção de cerca de 200 mil toneladas/dia. O projeto é para 2013. Atualmente, de acordo com Gontijo, o mercado do Nordeste é dominado pela Danone.

 

O empreendimento consumiu aportes da ordem e R$ 30 milhões e permitirá à empresa ampliar capacidade de produção em 50%

 

Em Pará de Minas trabalham na Itambé 90 funcionários, mas com a ampliação serão contratados pelo menos mais 30. A nova planta foi construída utilizando a mais moderna tecnologia para o setor e já está preparado para futuras expansões na edificação e na capacidade de armazenamento. Para dar suporte às atividades operacionais, o novo CD tem a primeira implantação completa, na América Latina, do sistema de gestão de armazéns EWMS, que permite o rastreamento total de cada lote de produtos que passa pelo local. A nova planta permitirá o descarregamento de 200 caminhões/dia na indústria, contra os atuais 45.

 

Na solenidade de inauguração, o governador Anastasia criticou a importação de leite da Argentina e Uruguai e disse que este será um dos temas discutidos na primeira reunião do Fórum Estadual do Leite, dia 18 de agosto, em Belo Horizonte. Ele declarou que é preciso proteger esta cadeia, particularmente importante para Minas Gerais, responsável por um terço da produção leiteira do país. A meta, disse, é trabalhar o leite de maneira semelhante ao café, com certificação e qualificação para agregar valor ao produto.

 

A CCPR tem 31 cooperativas que congregam 8,5 mil produtores de leite. Seu faturamento é de R$ 2,1 bilhões/ano. São cinco fábricas - Pará de Minas, Sete Lagoas, Guanhães, Uberlândia e Goiânia - e centros de distribuição em Minas, Brasília, Goiás, Rio de Janeiro, São Paulo, Ceará, Pernambuco e Bahia. A empresa tem também operadores logísticos em Alagoas, Piauí, Maranhão, Pará, Paraná, Santa Catarina e no Rio Grande do Sul. A Itambé tem 3,7 mil empregados que processam diariamente três milhões de litros de leite, dando origem a 100 produtos diferentes, agrupados em 13 linhas. A capacidade instalada da CCPR/Itambé é de 50 mil toneladas/mês.

 


Veículo: Diário do Comércio - MG


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